Marcos Guerra reforça time da Cerveja Blumenau
/Criador de receitas consagradas tem 2 décadas de carreira entre a Baden Baden e a Mistura Clássica
Um reforço na equipe de cervejeiros chegou à Cerveja Blumenau em junho. Com experiências em cervejarias artesanais independentes em Santa Catarina e no Rio de Janeiro, Marcos Guerra passa a integrar o time de produção e gestão da fábrica. Conforme a empresa catarinense, o crescimento nas demandas motivou a contratação.
O diretor da Cerveja Blumenau, Valmir Zanetti, destaca que a ampliação de mercado que a marca busca para os próximos anos motivou a aproximação da Cerveja Blumenau com Marcos:
“Buscamos um profissional que estivesse alinhado com as nossas perspectivas para a marca, para que seguíssemos em alguns aspectos e ganhássemos velocidade em outros, tudo sem perder o nosso DNA.”
Marcos diz que se sente honrado pelo momento:
“Eu adoro Blumenau. Já morei aqui e sou fã da cervejaria que leva o nome da cidade desde o início. Já conhecia a fábrica, provei boa parte dos rótulos. Quando veio o convite para integrar o time fiquei muito feliz. Nossa busca será por ainda mais padrões e processos que façam a marca chegar mais longe, com a mesma qualidade. Com a tecnologia que usamos na produção e as estratégias que desenhamos, tenho certeza que isso será possível.”
Um dos mais talentosos mestres-cervejeiros do Brasil, Marcos Guerra passou um ano no Estado do Rio a serviço da Mistura Clássica, e antes em Santa Catarina havia sido fundamental para o fortalecimento da reputação de cervejarias como a premiada Lohn Bier.
Com 37 anos de idade, Guerra está perto de completar 20 anos de profissão. Em 6 de dezembro de 2000, começou a carreira na Baden Baden, em Campos de Jordão (SP), sua terra natal. Ficou nove anos na Baden, começou como operador e chegou a coordenador de produção.
Depois da Baden, passou por cervejarias catarinenses: a Wunder Bier, a Dom Haus, onde exerceu o papel de mestre-cervejeiro pela primeira vez, e depois a Lohn Bier, até voltar ao Sudeste em 1º de maio de 2018. Em duas décadas, criou cerca de 60 receitas, incluindo as desenvolvidas para linhas de cervejarias onde atuou como consultor, em Roraima, Tocantins, Goiás, São Paulo, Santa Catarina e Minas Gerais.
Entre as 60 receitas de sua primeira fase catarinense, destaca duas premiadas Catharina Sour da Lohn Bier (a Uva Goethe e a Bergamota) e uma Fruit Lambic da Mistura Clássica, trabalhada com uma adega de madeira, em conjunto com Doug Merlo, e que conquistou medalha de prata no Festival Brasileiro da Cerveja 2019.
Nos últimos anos, Guerra se acostumou com subir ao pódio de concursos cervejeiros. Em 2017, por exemplo, a Lohn Bier ganhou 31 medalhas, dessas “90%” eram receitas dele. Para a cervejaria de Lauro Müller (SC), ele elaborou 23 receitas.
Perguntado sobre qual é o seu segredo, ele responde: “Eu faço cerveja que eu gosto de tomar”. Ele chama a atenção para o cuidado e o acompanhamento de todo o processo, desde a elaboração da receita. “Acompanho detalhe por detalhe”, ressalta. A primeira etapa é o estudo do estilo, principalmente nos guias de estilos. Vencida essa fase, ele faz experiências em quantidades menores, embora diga que normalmente acerta na primeira, pois o fato de estudar bem o estilo reduz o desperdício ao evitar o tentativa-e-erro.
Uma das cervejas em que ele teve de “lutar muito” foi a Barleywine.
“Quando cheguei à Lohn Bier, fiz três lotes em escala grande (2 mil litros cada um) para chegar ao que eu queria”, lembra. “O desafio é o equilíbrio de corpo, amargor e teor alcoólico. Como fazer que os 10% de álcool pareçam 4%.”