Brasil chega a mil fábricas de cerveja

Em 10 anos, quadruplicou o número de cervejarias com produção própria

Expansão da cerveja artesanal no Brasil consolida as marcas independentes, avalia a Abracerva (Foto: Divulgação)

Líder das cervejarias independentes, a Associação Brasileira de Cerveja Artesanal (Abracerva) divulgou nesta sexta-feira um levantamento em que destaca uma marca alcançada pelo país em maio. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) registrou na última semana a cervejaria de número mil no país. Isso significa que, só em 2019, foram 111 novas fábricas autorizadas em 150 dias – uma média de 22 ao mês. Para se ter uma ideia da expansão do segmento, no final do ano de 2009 havia 255 indústrias ativas. Em 10 anos, o número praticamente quadruplicou.

De acordo com o presidente da Abracerva, Carlo Lapolli, as marcas independentes que produzem cerveja artesanal são, claramente, as responsáveis por essa expansão:

“As grandes fábricas multinacionais não anunciaram um número significativo de novas plantas neste período. Por outro lado, ganharam notoriedade, espaço de gôndola e conquistaram o consumidor as empresas que prezam por um produto de qualidade, com matérias-primas superiores e atributos sensoriais que essas marcas não entregam.”

Os dados demográficos sobre esse número serão divulgados no anuário. Lapolli, no entanto, adianta que a maior concentração deve seguir no Sul e Sudeste, embora as outras regiões estejam despontando para o setor.

Pela análise quantitativa do Mapa, a explosão no número de cervejarias aconteceu na última década, de uma forma ainda mais intensa de cinco anos para cá. De 1999 até 2009, a quantidade de fábricas saltou de 192 para 255, registrando uma ampliação de 32,8%. Já de 2009 para 2019, o salto chegou a mil, um crescimento de 292,1%.

Desde 2014, a quantidade de cervejarias aumenta percentuais dois dígitos ao ano no Brasil. Só em 2018, foram 210 novas fábricas: 30,9% a mais do que em 2017.

De acordo com Lapolli, esses números refletem uma apuração no gosto do consumidor e a expansão da sua percepção sobre a bebida:

“Até pouco tempo, quando se fala em cerveja, o brasileiro tinha apenas uma imagem: a bebida estupidamente gelada e de má qualidade. Hoje, a busca por itens diferenciados aumentou e o mercado começou a ver a cerveja artesanal com um potencial até então não explorado.”