O Retrato dos Consumidores de Cervejas
/Pesquisa do podcast Surra de Lúpulo recolhe até 31 de agosto respostas para a edição 2023
Atualizada, 19/8/2023 17:07
A pesquisa Retrato dos Consumidores de Cervejas chegou ao seu quarto ano. Realizada pelo hub de conteúdo cervejeiro Surra de Lúpulo, já coletou, processou e analisou 7.417 respostas, de todos os Estados do país, em suas três primeiras edições. Com o objetivo de colaborar com as tomadas de decisão do segmento cervejeiro nacional e provocar reflexões, os criadores do podcast Surra de Lúpulo, Ludmyla Almeida (do perfil @IPAcondriaca) e Leandro Bulkool, realizam desde 2020 o levantamento. Para participar, clique aqui.
São duas trilhas de respostas: uma para quem bebe apenas cervejas comuns (mainstream) e outra para quem bebe comuns e artesanais.
A dupla de apresentadores do podcast Surra de Lúpulo, Ludmyla Almeida, criadora de conteúdo no perfil IPAcondriaca e sommelière de cervejas, e Leandro Bulkool, pai, designer e apreciador de cervejas artesanais, vê que, neste quarto ano, chegou a um ponto de maturidade do projeto e decidiu "fazer investimentos muito importantes, principalmente no formulário e na organização dos dados”.
A pesquisa ganhou novos parceiros neste ano. Os patrocinadores da Pesquisa são:
- Prussia Bier, que oferece um cupom para quatro cervejas da marca nas compras a partir de R$ 99 para todas as pessoas que responderem a pesquisa;
- Sindicerv, associação que representa as empresas responsáveis por mais de 80% da produção de cerveja no Brasil;
- Iris Pay, "o maior e mais completo sistema de autosserviço do Brasil, com atendimento em todo o território nacional e soluções simplificadas e inovadoras para empresas e consumidores".
Em 2022, a Pesquisa alcançou 4.388 respostas (ler abaixo). Este ano, o desafio da dupla do Surra de Lúpulo é aumentar o contingente de respostas sempre de maneira inclusiva em todas as regiões do país.
O retrato de 2022
A 3ª edição, divulgada o final de 2022, quebrou recordes e recebeu 4.388 respostas, mais do que o dobro das 2.023 do ano anterior, de todos os Estados do Brasil. A pesquisa foi realizada durante o mês de agosto e contou com dois questionários — um para as pessoas que bebem exclusivamente cervejas populares (como Brahma e Heineken) e outro para quem também bebe as artesanais —, que abordaram temas como perfil demográfico, ocasiões de consumo, local de compra e gasto mensal.
No geral, entre as pessoas que bebem tanto cervejas comuns quanto artesanais, a pesquisa aponta que a decisão de compra é principalmente motivada pelo estilo, seguido pela relação custo-benefício, pelo preço e por indicações de amigos. Isso vai ao encontro da informação sobre o gasto deste grupo, no qual 35,75% afirma ter um custo mensal entre R$ 201 e R$ 400. Já entre os que só consomem cervejas comuns, 29,82% disseram gastar até R$ 100 por mês.
A pesquisa confirma que a cerveja é conhecida por ser uma bebida social. O maior percentual de consumo é entre amigos, independentemente do sexo do respondente, chegando a 85%. Os homens tendem a tomar mais cerveja sozinhos (61%) do que as mulheres (50%).
Sobre a ocasião de consumo, quanto mais "especial", mais pessoas optam por beber cerveja artesanal, assim como em aniversários e jantares românticos. Porém, em eventos esportivos, shows, boates e churrascos, a opção mais marcada foi “tanto faz”.
Para a compra, os locais preferidos são bares ou lojas especializadas, seguidos pelos supermercados. Os brewpubs e fábricas aparecem como a terceira opção. Aqui há uma inversão com relação à pesquisa de 2021, onde os supermercados apareciam em primeiro lugar, seguidos dos bares e lojas. Os brewpubs seguiam em terceiro.
Constatações destacadas pelos organizadores da pesquisa
Para Ludmyla Almeida, além de tentar entender quem são os consumidores de cerveja, a pesquisa procurou mapear quais são os gargalos que merecem investimento do mercado para ampliar a base de consumo das artesanais.
"Nós investimos muitos esforços para alcançar um espectro mais amplo de pessoas. Como resultado, trouxemos alguns insights, como o principal motivo apontado para o não consumo de artesanais ser a falta de informação sobre o produto (39,72%), e não o preço (24,82%); o fato de homens e mulheres preferirem os mesmo elevada do público, já que 58,13% dos consumidores têm entre 36 e 55 anos; e o alto nível de escolaridade deste consumidor (68,01% têm superior completo, sendo que 31,69% dessas pessoas também são pós-graduadas)", explica Ludmyla, que desde 2017 produz conteúdo digital focado em cerveja no perfil do Instagram @IPAcondrica.
Já Leandro Bulkool ressalta a importância de analisar os dados apresentados pela pesquisa, mas principalmente debatê-los em busca de uma função prática para o crescimento do mercado:
"Os dados mostram que temos avanços consideráveis, porém a cerveja artesanal ainda constitui um universo majoritariamente masculino (73,56%), branco (77,98%) e cada vez menos jovem. A longo prazo isso pode ser preocupante. Existe muita margem de crescimento se usarem estratégias mais inclusivas."
Além dos dois idealizadores, a pesquisa Retrato dos consumidores de cervejas 2022 teve em seu corpo técnico Lucas Fernandes, mestre em estatística pela UnB (2013) e sommelier de cervejas pelo Science of Beer (2022); Guilherme Oliveira, bacharel em sistemas de informação; e Roberto “Bob” Fonseca, jornalista, idealizador e realizador da pesquisa Melhores do Ano na Cerveja por 10 anos.
A pesquisa Retrato dos consumidores de cervejas 2022 contou com os seguintes apoios: MyTapp, Bier Held, Fermenta Pessoas e Lamas Brewshop.