Lúpulo ganha qualidade em Santa Catarina
/Lohn Bier, que produz cerveja com ingredientes nacionais, avança no uso do lúpulo da região
As primeiras colheitas de lúpulo de 2022 já estão ocorrendo no Brasil, especialmente na Serra Catarinense, onde a Fazenda Santa Catarina, da Ambev, implementou um projeto de fomento a cultura há alguns anos. Os produtores parceiros recebem mudas gratuitas, assistência técnica e financiamento via Epagri e um contrato de compra da produção por parte da Ambev.
A qualidade dos lúpulos vem melhorando ano após ano à medida que as plantas se adaptam ao nosso terroir e evoluímos no manejo agronômico. Além disso, os aperfeiçoamentos dos processos de beneficiamento contribuem para atingir parâmetros de qualidade internacionais. Os lúpulos brasileiros já são realidade.
Richard Brighenti, da Lohn Bier, destaca:
“Pudemos fazer a primeira cerveja Toda Brasileira em 2021, os lúpulos na época estavam muito bons, recém-colhidos. A safra 2022 está melhor ainda, com mais AA% e óleos, dando origem a aromas e sabores incríveis. Para obter aroma fresco nós usamos somente 2 gramas por litro ainda na fase quente da cerveja. O resultado foi um aroma intenso como se tivéssemos usado técnicas de dry-hop. Lúpulos frescos, economia local, cervejas bem desenvolvidas... O consumidor ganha oportunidade de receber uma cerveja que tem um ciclo de tempo bem reduzido do campo ao copo. É comum ouvir de juízes, especialmente americanos em concursos cervejeiros na América Latina, que as cervejas sul-americanas em média geral pecam em frescor de lúpulos em estilos como IPA ou APA. Eu particularmente associo esse diagnóstico aos lúpulos importados, que geralmente chegam no Brasil quando muitas vezes completam até aniversário dentro das embalagens. Mas o Brasil está mudando sua relação com esse importante ingrediente.”
A produção da primeira TodaNossa em 2022 também ganha uma novidade. A Lohn Bier plantou alguns pés de lúpulos em sua fachada para fins mais evidentes de paisagismo. As mudas de Chinook vieram de Lages da Fazenda Santa Catarina, e as plantas se adaptaram muito bem em Lauro Müller, gerando lindas flores com bastante lupulina. No dia da produção parte das flores foram colhidas e também adicionadas na cerveja, um expediente que chamam de Harvest Beer, ou Cerveja da Colheita em uma tradução livre.
As cervejarias e a cadeia de suprimentos sempre deram destaque para os Alfa Ácidos como o maior fator relevante na compra de lúpulos, claro que nunca renegando todo o laudo do produto, mas fica notório que, com mais desenvolvimento do mercado, mais acuradas ficarão as relações entre suprimentos e produto final. A ciência é uma área que também ganha corpo com o desenvolvimento dos lúpulos, pois é cada dia maior o número de laboratórios que estão estudando ou desenvolvendo laudos desse importante ingrediente da cerveja.
A cerveja TodaNossa é destaque pela complexidade da receita, pois todos os ingredientes são nacionais, algo inédito em uma cerveja regular de linha para uma cervejaria. A qualidade da cerveja foi aferida no concurso Brasil Beer Cup quando ela debutou com uma medalha ainda em 2021. O mérito técnico não é apenas da Cervejaria Lohn, mas de todos os elos que estiveram presentes no projeto como a Fazenda Santa Catarina Ambev, Maltaria Blumenau, Yeast Hunters (leia-se Renê Aduan Jr e Carolina Carvalho) entre outros que direta ou indiretamente ajudaram a cuidar de algum processo ou ingrediente.
A TodaNossa tem características únicas. A combinação de três maltes: Pilsen, Pale Ale e Viena nacionais dão características de panificação, um corpo médio-baixo que suporta a estrutura para os demais ingredientes. Os lúpulos são protagonistas, eles aparecem com média intensidade no amargor e são exuberantes no aroma com notas florais, herbais e frutas cítricas em segundo plano.
A levedura é extravagante, ela dá ésteres frutados e condimentados, deixa a cerveja com leve crispy apesar do corpo de malte o suportá-lo e no aroma esses flavors se repetem criando um buquet harmonioso com os lúpulos também brasileiros. Toda essa entrega de um produto novo instigou a chamar essa cerveja por um estilo que nominamos de Brazilian Pale Ale, mas um estilo não se cria, um estilo se manifesta e a TodaNossa continua se manifestando em uma cerveja nova, com ciência e tecnologia, com cadeia produtiva responsável e muito amor pelas cervejas e pelos ingredientes nacionais. Brazilian porque é do Brasil e Z é para o mundo, Pale porque é pálida/clara, Ale pelas características do metabolismo da levedura. Se houvesse uma cerveja Toda Brasileira ela seria assim, Toda Nossa. Características vitais: ABV 4,2% e 30 IBUs.
O novo lote de TodaNossa deve estar disponível em chope para bares, pubs, restaurantes e também na sua tradicional garrafa long neck, para todo o Brasil através dos canais de vendas atuais e e-commerce.