Ambev abre as portas para retificar nomes de pessoas trans e travestis

Ação com a Casa Neon Cunha e a Poupatrans, em 9 de julho, abre a oportunidade para 200 pessoas

Iniciativas de retificação de nome incluem programa interno na companhia (Foto: CHUTTERSNAP/Divulgação)

Atualizada, 8/7/2022 14:50

A Ambev, em mais uma ação para fortalecer a inclusão de pessoas transgêneros na sociedade e no mercado de trabalho, irá promover um mutirão neste sábado (9 de julho), em São Paulo, para ajudar 60 pessoas trans e travestis no processo de retificação de seus nomes. Acolhidas pela Casa Neon Cunha e o Poupatrans, elas já estão na fila para realizar o processo. Nesse mutirão, a companhia vai fornecer todo o suporte burocrático para que cada pessoa consiga finalizar o processo junto aos seus respectivos cartórios.

A ação contará, ainda, com duas palestras do Noah Scheffel, fundador e CEO do EducaTRANSforma, sobre empregabilidade de pessoas transgêneros, com dicas de como ir bem em uma entrevista de emprego, como se preparar, como ter um bom LinkedIn, o que o mercado espera de uma pessoa, por onde começar a procurar emprego, etc. Além disso, a ação também contará com a participação virtual de Linn da Quebrada, Consultora de Diversidade e Inclusão.

O mutirão, realizado com o apoio do Poupatrans, será no escritório da Ambev, e lá, durante a programação, os interessades terão assistência de profissionais especializados para dar início no processo de retificação de seus nomes. Para facilitar o deslocamento, a Ambev vai disponibilizar três vans que sairão da ONG, no ABC Paulista, sede da Casa Neon Cunha, em direção ao local.

Unindo esta iniciativa com o programa Me chame pelo meu nome (e pronome também”), no qual a Ambev se comprometeu a auxiliar a retificação dos nomes de todos os colaboradores que desejarem, também de forma gratuita e com todo o apoio necessário, a companhia abre a possibilidade, apenas neste ano, para que mais de 200 pessoas consigam realizar este sonho.

Vale frisar que a Ambev vai auxiliar todas essas pessoas no processo de abertura para retificação do nome, mas, quem executa esse processo, de fato, são os cartórios nos quais são emitidos as respectivas certidões de nascimento de cada pessoa.

“Me chame pelo meu nome (e pronome também)”

Entre suas iniciativas para garantir a diversidade, equidade, inclusão e direito de todos, no final de maio, a Ambev anunciou o projeto “Me chame pelo meu nome (e pronome também)”, destinada a apoiar o time de pessoas trans e travestis no processo de retificação de seus nomes de forma gratuita e com todo o suporte necessário.

Entendendo todas as questões burocráticas que englobam a alteração de nome, a Ambev chamou um advogado especializado no tema para fazer todo o processo para colaboradores que solicitarem a troca. Issabela Reis, analista de Gente e Gestão da Ambev, chegou a fazer a alteração dentro da proposta do governo, mas seu nome civil ainda consta em seu documento. Agora, falta pouco para essa realidade mudar.

"Essa é uma questão muito humanitária do corpo trans, de enxergar a possibilidade da nossa existência. Me senti humana", comenta.

Além disso, para que pessoas em situação de vulnerabilidade também possam realizar este sonho, a Ambev fará uma doação proporcional ao valor investido em seus colaboradores à Casa Neon Cunha, ONG de acolhimento às pessoas da comunidade LGBTQIA+. O valor arrecadado será enviado para a ONG, e lá será feita a divisão para que eles consigam retificar o maior número possível de nomes. Atualmente, existem mais de cem pessoas trans na Ambev, em diferentes níveis hierárquicos.

Michele Salles, Head de Diversidade, Inclusão e Saúde Mental da Ambev, afirma:

“Na Ambev, respeito e empatia são valores inegociáveis para que a gente possa transformar vidas para além do nosso ecossistema. Afinal, ser quem você é te dá liberdade para criar, inovar, discutir e engajar seus planos e movimentos na companhia.”

A companhia também lançou um guia de apoio para eventuais desafios práticos, além de conteúdos exclusivamente pensados para apoiar a jornada da população trans e travesti dentro do seu ecossistema.

Felipe Ferreira de Barros, Analista de Insumos da Ambev, comenta:

“Há 5 anos eu me descobri um homem trans. Desde então tem sido uma batalha para ter meu nome e o meu gênero reconhecido para o Estado e para minha carreira profissional - por travas jurídicas e financeiras. Quando tive a oportunidade de ter meus documentos retificados pela Ambev senti alívio, esperança e acolhimento por parte de todos. Me senti visibilizado e surpreso por haver uma empresa que, de fato, promove uma política de pertencimento as minorias.”