Saint Bier: O Mosteiro cresceu
/Cervejaria amplia volume e opções das artesanaisRead More
A consagrada Bierland se expande a partir de Blumenau (SC) e mira o consumidor de artesanais da outra ponta do paísRead More
Além de criar franquias de sua fábrica, a Cevada Pura planeja fechar o ano com 15 rótulos em linha (Foto: Rogério Volgarine @cervejaecomida)
Texto: Fabricio Santos - FullPIntBR
Fotos: Rogério Volgarine @cervejaecomida
Beer Art 16 - mar/15
Franquias de lojas de cerveja estão bem disseminadas no mercado brasileiro. Mas você já imaginou uma franquia de fábricas? Pois esse incomum modelo de negócio está em estudo por Alexandre Moraes, sócio proprietário da Cevada Pura. O projeto é uma das mostras da paixão empreendedora dessa cervejaria que ele e o sócio Carlos Alberto Colombo fundaram há 14 anos em Piracicaba (SP).
“Cevada Pura é uma história verídica de quem sempre acreditou e se apaixonou por cerveja", define Alexandre. "O que hoje está sendo comum ao público, como um bom negócio, há 20 anos era bem diferente. A Cervejaria Cevada Pura é, sem dúvida, um sonho bom que virou realidade e resistiu a todos altos e baixos alcançando o sucesso merecido.”
Além de tirar do papel franquias que em outras partes do Brasil garantam a qualidade de produção das atuais 3 unidades fabris, a ideia é fechar 2015 com 15 rótulos em linha. Também está nos planos iniciar a exportação de algumas cervejas.
Alexandre Moraes, sócio proprietário da cevada pura (FOTO: ROGÉRIO VOLGARINE @CERVEJAECOMIDA)
O ano começou com novos desafios e de cara nova. Com a entrada do expert em marketing cervejeiro Marcos Praça, toda a linha de rótulos começa a ser reformulada, assim como uma nova logomarca passa a estampar as cervejas da Cevada Pura, que trará novidades ao longo do ano, em cervejas próprias e colaborativas.
Colaborativas
A primeira leva de colaborativas será feita com a Cigar City, com a vinda de Wayne Wambles, head brewer da cervejaria de Tampa, na Flórida. Fundada em 2009, a Cigar City foi eleita em 2013 a quarta melhor cervejaria do mundo pelo site RateBeer.com. Este ano foi novamente listada entre as 100 melhores do mundo, assim como três de suas cervejas. Produzirão uma American IPA e uma Brown Ale com adição de café e cacau.
A viabilidade destas colaborativas foi graças a Marcos Praça. Com trânsito no comando da cervejaria norte-americana, ele facilitou a troca de experiências e agora possibilita a nós, os consumidores, provar mais cervejas de cunho internacional a preço e frescor de nacional!
Para chegar até essa condição, a Cevada Pura deu uma série de passos antes. Inaugurada em 2001, começou com chope − atualmente esta produção (somente embarrilamento) chega a 40 mil litros! Com foco em atender à demanda regional por um chope de qualidade, entre 2002 e 2006, a marca ganhou visibilidade e respeito na região de Piracicaba.
O engarrafamento começou em 2007, ainda de forma artesanal e em pequena escala, a fim de atender apenas a sua loja de fábrica e pontos de venda de cidades vizinhas. Em 2008, foi inaugurada sua choperia, também em Piracicaba, com venda exclusiva de Cevada Pura, tornando-se sucesso imediato, e ponto de referência na degustação de cerveja na região.
A maturidade na produção e a consolidação junto ao consumidor fiel à marca ocorreram entre 2009 e 2012. E o salto veio em 2013, com a nova planta produtiva em Piracicaba, com maior capacidade de produção e envase com equipamentos mais avançados.
A chegada ao Nordeste
Com o objetivo de levar os produtos para o Nordeste, foi aberta em 2014 a primeira microcervejaria de Alagoas (Foto: Divulgação)
Em 2014, novos horizontes se abriram com a inauguração da primeira microcervejaria do estado de Alagoas, em Maceió, visando levar os produtos ao mercado consumidor do Nordeste. No mesmo ano, foi inaugurada a primeira franquia “Cevada Pura Express”, em Santa Bárbara D’Oeste (SP).
Agora, é aguardar as novidades para 2015. Não sei de vocês mas eu, sempre ávido por novidades, estou contando os minutos para poder provar estas colaborativas. O charme do caminhãozinho da Cevada Pura nos eventos é um show à parte. Quem aí já bebeu direto do tanque do caminhão? Não sabe o que está perdendo...
Que esta cervejaria siga na sua paixão, pura, como sempre.
A linha atual
As opções (todas em garrafas de 600 ml), o teor alcoólico (ABV) e o amargor (IBU):
Rótulos com nova identidade visual (Foto: Divulgação)
*Pilsen produzida em comemoração aos 40 anos de carreira de dupla sertaneja piracicabana Cezar & Paulinho
Endereço da sede:
Av. Lourenço Ducatti, 301, Vila Rezende, Piracicaba (SP)
Solar na parte mais antiga de Porto Alegre é a síntese de uma inquieta cervejaria apegada à cultura e à experimentação. Conheça um pouco desse Centro Cultural Cervejeiro pelo olhar de um de seus guardiões, que preparou este artigo especialmente para a Beer Art
Antigo prédio restaurado pela cervejaria da capital gaúcha aproxima o público dos profissionais da área de produção (Foto: Ricardo Jaeger/Beer Art)
Tiago Eduardo Genehr
Beer Art 15 - fev/15
Porto Alegre - Quem passa pela frente consegue enxergar um café instalado em uma casa antiga. Começando a visita pelos fundos, pode-se imaginar um laboratório. Atravessando o Solar Coruja, a variedade de atividades impressiona. O Solar Coruja tem uma grande missão, levada muito a sério por seus idealizadores, Micael Eckert e Rafael Rodrigues, fundadores da Cerveja Coruja, em Porto Alegre/RS [que atualmente tem sua produção na fábrica da Saint Bier, em Forquilhinha/SC, que será tema de uma das próximas seções da Fonte].
Neste centro cultural cervejeiro na capital gaúcha, cada canto, cada ambiente, tem algo interessante para olhar. São obras esculpidas por Caé Braga, outras talhadas em madeira pelo “Renegado” Adroaldo Eckert, equipamentos antigos de cervejarias da região, representando tecnologias disponíveis em outras épocas. Vale a pena circular pelo prédio e explorar todas estas facetas, culturais, científicas e cervejeiras.
Um dos objetivos do Centro Cultural Cervejeiro é aproximar o público dos cervejeiros e profissionais envolvidos na produção e distribuição da bebida, e isso ocorre de várias formas. A troca de informações beneficia toda a cadeia produtiva e flui por meio de treinamentos, visitas guiadas, cursos e oficinas. As pessoas têm curiosidade em saber mais sobre as diferentes cervejas e ficam fascinadas ao saber de todo o trabalho envolvido na produção da cerveja, a quantidade de variáveis a controlar, o tempo que leva até chegar ao copo. Morder tipos diferentes de malte e encontrar aquele sabor na cerveja que se toma, sentir o aroma de lúpulo fresco, e lembrar na hora de outros aromas que conhecemos são experiências reveladoras, que nos conectam com algo ancestral na humanidade.
Rafael e Micael, os fundadores da Coruja (Foto: Altair Nobre/Beer Art)
O encontro com a cachaça
Barris nos quais foi maturada cachaça agora estão com cerveja (Foto: Tiago Eduardo Genehr)
Em cada canto, algo interessante para olhar (Foto: Ricardo Jaeger/Beer Art)
Um momento inusitado no Solar, em 2014, foi o encontro da cerveja com a cachaça. Três barris de carvalho nos quais a cachaça WeberHaus, de Ivoti (RS), foi maturada agora estão cheios de cerveja, maturando e mesclando os elementos da madeira, cachaça, cerveja e a exposição ao ar. As primeiras degustações, após um período de 2 meses, mostraram notas muito agressivas, ácidas e alcoólicas, atenuadas após meio ano e agora evoluem da forma mais graciosa. E pensar que chegamos a considerar se aquilo realmente teria algum resultado positivo, ou teria que ser jogado fora. A maior parte continua maturando, vale a pena conferir de perto e sentir o clima de adega antiga. Os aromas que encontramos nestas cervejas envelhecidas nos fazem imaginar como eram as cervejas de antigamente. O prédio que abriga o Solar Coruja, construído em 1906, tinha na parte de baixo espaço destinado a depósito de mantimentos e o trabalho dos serviçais, já que a família habitava a parte de cima. Quem sabe se, já naquela época, não haviam barris, provavelmente de carvalho, cheios de cerveja ou vinho, maturando ali no mesmo lugar?
Uma experiência similar ocorre na fábrica, apenas em outra escala, sob controle dos cervejeiros de lá. Resultados obtidos lá e aqui podem depois ser comparados, gerando informações e resultados de forma mais consistente.
A intrigante Proporção Áurea, familiar aos arquitetos proprietários da cervejaria, também inspirou receita (Foto: Reprodução)
Tiago adiciona o lúpulo durante a produção da cerveja 100% brasileira (Foto: Divulgação)
O encontro de arquitetos com cervejeiros resultou em algo transcendental. Com inspiração na Proporção Áurea, a sequência de Fibonacci, os maltes e lúpulos foram escolhidos, as rampas de brassagem e fermentação foram desenhadas, e nasceu a Cerveja Áurea. Arquitetos ligados ao IAB/RS – Instituto dos Arquitetos do Brasil, com os cervejeiros da Coruja, pensaram muito sobre este projeto, muito mesmo, tanto que a cerveja leva ainda a marca do pensamento na forma de um ingrediente. Como se vê nos quadrinhos, o pensamento se assemelha a uma fumaça, ao redor da cabeça, e para representar isto o malte defumado foi acrescido na infusão.
A cerveja 100% nacional
Quando se encontram especialistas em cerveja e seus ingredientes, surgem ideias inovadoras também. A partir da plantação de lúpulo de um cervejeiro, vem a ideia de fazer uma cerveja com ingredientes totalmente nacionais, e ainda por cima oriundos do estado. Foi uma das experiências realizadas no Solar Coruja, divulgada pela Revista Beer Art. A cerveja, brassada em 20 de setembro, data alusiva à Revolução Farroupilha, não tem nenhum intuito comercial, a princípio, e mesmo sendo uma brassagem pequena, representa um grande passo para a construção da tradição cervejeira local. Mais experiências desse tipo estão sendo criadas, e embora não se tornem produtos comerciais, disponíveis ao público, com certeza promovem também a união de diversos conhecimentos. O potencial de aprendizagem, mesmo nestes momentos informais, é muito valioso para quem é curioso e quer evoluir no meio, seja profissional ou amador.
O entrosamento entre as artes cervejeira e gastronômica produz resultados interessantes também, para ver, sentir e degustar. Um dos pratos da casa, que já virou a marca do Solar, é o sanduíche de lombo de porco cozido no chope. A mostarda servida para acompanhar pães e salsichas, também é feita na casa, obviamente com cerveja também, com variações de picância.
Para concluir este artigo com consistência, segue uma foto de um pão, feito com malte cervejeiro. Para imaginar a época, ainda no período Neolítico, em que a cerveja era feita a partir de pães, ou algo parecido, para fazer algo parecido com o que conhecemos como cerveja hoje.
ONDE FICA
Rua Riachuelo, 525, Porto Alegre, Rio Grande do Sul
Foto: Ricardo Jaeger/Beer Art
A microcervejaria amazon beer, de belém (PArá), é especializada em criar cervejas com ingredientes exóticos da região (FOTO: Juliana spinola/especial para a beer art)
Texto: Katy Sherriff
Fotos: Juliana Spinola
Beer Art 14 - jan/15
Belém - Você tem que chegar a tempo às sextas-feiras. Caso contrário, será difícil conseguir uma mesa no terraço da cervejaria Amazon Beer em Belém, Pará. Localizado na Estação das Docas, o antigo cais do porto da cidade foi transformado em um complexo cultural em 2000. A Amazon Beer é um dos bares mais visitados das docas, e não só por causa da vista deslumbrante sobre a Baía de Guajará. As cervejas servidas no terraço são tão saborosas como os seus nomes exóticos.
A microcervejaria Amazon Beer é especializada na criação de cervejas com ingredientes exóticos da região amazônica do Brasil, como o açaí e a priprioca. Fundada em 2000 por Arlindo Guimarães, é a única cervejaria artesanal do Pará e vem colecionando prêmios no país e fora dele.
"Quando meu pai começou esta cervejaria, não havia muito conhecimento no Brasil sobre microcervejarias", diz Caio Guimarães, hoje sócio do fundador. "Havia apenas quatro ou cinco outros fabricantes de cervejas artesanais. Ele leu um artigo sobre o crescimento das microcervejarias nos Estados Unidos e decidiu que este seria um bom investimento."
Caio exalta a visão empreendedora de seu pai (Foto: Juliana Spinola/Especial para a Beer Art)
Guimarães estava certo. Hoje em dia o Brasil conta com mais de 200 microcervejarias.
O jovem empreendedor mostra a pequena fábrica ao lado do bar. "Aqui, nós só produzimos para o consumo no bar, que é cerca de 30 mil litros por mês, o que faz de nós provavelmente o maior 'Brew Pub' do Brasil. Temos também uma outra fábrica na periferia da cidade, onde produzimos para vender aos nossos clientes em todo o Brasil." A empresa tem um crescimento de cerca de 20% ao ano. Hoje em dia, produz cerca de 100 mil litros por mês.
Outras pequenas cervejarias são vistas como parceiras, não como concorrência. "O mercado brasileiro de cerveja ainda é dominado pelas grandes cervejarias. Os brasileiros ainda não estão acostumados com a cerveja de alta qualidade, por isso temos de educá-los. Com outras cervejarias tentamos abrir os olhos dos brasileiros. O mercado de cervejas de qualidade no Brasil está crescendo."
Várias das cervejas já ganharam prêmios. Como a leve Bacuri, ouro no Festival Brasileiro da Cerveja, em Blumenau (SC), em 2013. Ou a cerveja Açaí Stout: uma cerveja escura com a fruta mais típica da região de Belém, com sabores de caramelo e café. Na edição de 2014 do Festival Brasileiro, foi eleita a Melhor Cerveja do Brasil. No mesmo ano, a Forest Pilsen ganhou medalha de ouro na competição inglesa 'Beer Challenge International'.
As cervejas da Amazon Beer são surpresas exóticas, também para estrangeiros. Desde março de 2014, a Forest Pilsen e a Forest Bacuri Fruit são produzidas e colocadas à venda no Reino Unido. "Começamos com essas duas cervejas no Reino Unido pois elas têm uma menor percentagem de álcool. Por isso são menos tributadas no Reino Unido", explica Caio. A cerveja é vendida por metade do preço no Reino Unido em relação ao Brasil, como os impostos brasileiros são muito mais elevados. Portanto, não é uma surpresa que a empresa queira expandir seu mercado externo. Desde o Reino Unido, a Amazon Beer já exporta para outros países europeus, como França e Alemanha.
a loja da cervejaria (FOTO: JULIANA SPINOLA/ESPECIAL PARA A BEER ART)
"A nossa cerveja é exótica. Mas nós não queremos ser só a estranha, uma cerveja que as pessoas só tentam uma vez. Nós realmente queremos ser uma cerveja que é apreciada no dia a dia em todos os lugares ao redor do mundo." A próxima parada será os Estados Unidos. "Já estamos no processo para registrar nosso produto e já encontramos um distribuidor local." Nos EUA, cinco tipos de Amazon Beer serão introduzidos o mais rapidamente possível.
Para o mercado brasileiro, o início de 2015 trará novas surpresas. "Estamos estudando dois novos tipos de cervejas. Uma já está quase finalizada ", diz Caio. Ele sorri quando perguntado o que estará nessas novas cervejas. "Isso é um segredo, mas você pode ter certeza que vão ser ingredientes da nossa Floresta Amazônica".
Direto da fonte da amazon beer, em belém (FOTO: JULIANA SPINOLA/ESPECIAL PARA A BEER ART)
o bar da amazon beer é um dos mais concorridos da Estação das Docas (FOTO: JULIANA SPINOLA/ESPECIAL PARA A BEER ART)
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