Governo adia aumento de imposto para bebidas frias

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Daniel Lima

Agência Brasil

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou o adiamento por três meses da decisão de aumentar os impostos para o setor de bebidas frias - cervejas, refrigerantes, isotônicos e refrescos. A previsão é que o reajuste entrasse em vigor em 1º de junho. “A gente está diferindo, postergando uma correção de tabela que seria no dia 1º de junho para daqui a três meses e não de forma plena, mas diferida ao longo do tempo. Sem dúvida, nós temos uma grande preocupação que a inflação permaneça sob controle e esse setor pode dar uma contribuição importante. Nós fizemos um pacto de que não haveria aumento durante a Copa e de preferência depois também”, disse Mantega, após reunião com representantes do setor.

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Abrasel diz que aumento de imposto vai gerar 200 mil demissões após a Copa

O objetivo do governo é, com a recomposição da tabela, ter mais recursos para cumprir a meta de superávit fiscal. “Nós acabamos de fazer uma reunião com o setor de bebidas, com o setor de bares e restaurantes a respeito da tabela que implica a recomposição de tributos. Suspendemos a aplicação dessa tabela temporariamente para um aperfeiçoamento dela porque havia uma divergência em alguns preços que foram capturados”, disse o ministro, acrescentando que, nos últimos dois anos, o governo reduziu os tributos no setor de bebidas para permitir que houvesse mais investimentos e crescimento.

O aumento das alíquotas do setor foi anunciado no final de abril pelo governo, mas as novas tabelas com os preços das bebidas só entrariam em vigor em junho. A previsão da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) é que o aumento terá impacto de 10% a 12% no preço das bebidas frias para o consumidor. Logo depois do anúncio de aumento, em abril, a Receita Federal retificou informação e disse, em nota oficial, que os preços das bebidas frias subiriam, em média, 2,25% para o consumidor final, e não 1,3%. Também houve erro na primeira divulgação das tabelas.

Os empresários estimaram demissão de mais de 200 mil pessoas se o governo não mudasse o prazo do início do reajuste.

Na Copa, Curitiba será nome de cerveja na Inglaterra

Samuel e Paulo Cavalcanti, sócios na Bodebrown, apresentam a cervejaria que irão fabricar na consta norte inglesa (Foto: Divulgação)

Fruto de uma parceria entre a cervejaria Bodebrown e a britânica Adnams Brewery, um chope com nome e essência curitibanos, o “Curitiba Pale Ale”, será vendido durante a Copa do Mundo por 900 pubs espalhados pela Inglaterra. A bebida homenageia um dos principais polos de crescimento da cerveja artesanal no Brasil, cidade da Bodebrown. O cervejeiro e fundador da empresa, Samuel Cavalcanti, e o seu irmão e sócio Paulo Cavalcanti, embarcarão no dia 18 de maio para Southwold, na costa norte inglesa, para fabricar 160 mil litros da bebida.

Toda a produção será destinada à rede de casas do grupo JD Wetherspoon, com pontos de venda em Aeroportos como o de Heathrow, estações de trem e centenas de estabelecimentos de rua.

A cerveja colaborativa nasceu a partir da vontade da AdnamsBrewery em ter uma cerveja brasileira, por inspiração da Copa. A Bodebrown foi escolhida pelo currículo de prêmios, obtidos em concursos internacionais por países como Canadá, França, Argentina e Austrália (ver ranking montado pela BeerArt, neste link). Pernambucano radicado na capital paranaense há 20 anos, Samuel Cavalcanti explica:

“É uma tradição no segmento cervejeiro fazer estas parcerias, nas quais uma fábrica convida outra. Já fizemos mais de quatro aqui em Curitiba na fábrica da Bode, com convidados internacionais. Um deles foi o Greg Koch, da norte-americana Stone Brewing, que esteve conosco no ano passado. Ao conhecer nossas cervejas virou um grande embaixador da nossa marca e da revolução das cervejas artesanais curitibanas. Foi ele quem nos indicou para a AdnamsBrewery”.

Com história centenária, a parceira britânica tem como mestre-cervejeiro Fergus Fitzgerald, também conhecido pela atuação na Fuller´s, outra marca badalada internacionalmente.

A CURITIBA PALE ALE

O estilo de cerveja que será fabricado na Inglaterra é o Pale Ale. “É um clássico da cervejaria inglesa", acrescenta Samuel. "Mas vamos acrescentar em nossa receita toques de pimenta rosa, para trazer uma essência mais quente da América Latina. Utilizaremos ainda um blend de lúpulos norte-americanos e ingleses.” Os britânicos pediram que a produção seja no método mais tradicional do Reino Unido, o “real ale” ou “cask ale”, no qual a cerveja não é filtrada nem pasteurizada, sofrendo uma segunda fermentação depois de levada ao barril e só conta com gás carbônico natural.

Uma pequena amostra da cerveja poderá ser consumida no Brasil, com venda direta na fábrica da Bodebrown. “Vamos importar pelo menos 10 barris. Mas a ideia mais para frente é refazer a receita por aqui também”, conclui Samuel.