Vinhos de Altitude de Santa Catarina ganham Indicação de Procedência
/Título teve como base projeto piloto apoiado pelo Sebrae de Marca Coletiva e beneficia empreendedores
Um projeto piloto de Marca Coletiva apoiado pelo Sebrae foi importante para a estruturação da Indicação de Procedência (IP) Vinhos de Altitude de Santa Catarina, que inclui produtores de 29 municípios catarinenses. Essa é a mais nova concessão do tipo concedida pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). Os produtores de vinhos finos tranquilos, nobres, licorosos, espumantes naturais, moscatéis e brandies instalados nesses municípios, que cumprem o Caderno de Especificações Técnicas, poderão usar, a partir da próxima safra, o selo da IP.
A analista de inovação do Sebrae Hulda Giesbrecht comenta:
“Comemoramos muito essa vitória conseguida por produtores. Esse foi um projeto piloto de marca coletiva, apoiado pelo Sebrae desde 2008, que gerou muitos aprendizados. Os produtores da IG tiveram a oportunidade de, nesse período, estruturarem as bases para o registro de uma Indicação de Procedência de sucesso, com a governança local comprometida com o desenvolvimento local proporcionado pela IP. Ela vai se somar às demais IGs em estruturação nessa região de Santa Catarina e vai abrir portas para que novos selos de procedência beneficiem diversos pequenos produtores”
A área geográfica da IP abrange cerca de 20% do território catarinense. Ao todo, são quase 300 hectares de vinhedos plantados a pelo menos 900 metros acima do nível do mar, produzindo cerca de 1 milhão de garrafas por ano. Porém, nem toda produção do território poderá receber o selo IP Vinhos de Altitude de Santa Catarina. Entre as regras para uso, estão a produtividade máxima de sete mil litros de vinho por hectare, elaboração do produto dentro da demarcação, indicação de safra contendo no mínimo 85% de vinho do ano mencionado e aprovação do produto em avaliação sensorial às cegas.
O INPI já concedeu 84 registros em todo o território nacional. Com a IP Vinhedos de Altitude de Santa Catarina, chega a nove o número de regiões demarcadas para vinhos no país. Destas, oito possuem Indicação de Procedência e uma possui Denominação de Origem (DO).
A Indicação Geográfica (IG) é importante para os pequenos negócios, pois é considerada um diferencial competitivo que garante mais oportunidades para as regiões. Além disso, esse reconhecimento permite a valorização dos produtos tradicionais brasileiros e a herança histórico-cultural, protegendo as regiões produtoras. Nesse contexto, o legado agrega à área de produção definida, tipicidade, autenticidade com que os produtos são desenvolvidos e a disciplina quanto ao método de produção, garantindo um padrão de qualidade. Tudo isso confere uma notoriedade exclusiva aos produtores da área delimitada.