Os desafios para o mercado foodservice em 2022
/CEO da Goomer, de soluções digitais para bares e restaurantes, escreve sobre a perspectiva de retomada
Felipe Maia Lo Sardo
Após quase dois anos de muita incerteza, temos visto o setor de foodservice, um dos mais afetados pela crise pandêmica e econômica, se recuperar. Alguns dados recentes divulgados por entidades do segmento mostram esse movimento e trazem maior otimismo para a atividade neste ano. De acordo com a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), pela primeira vez desde o início da pandemia, estabelecimentos com lucro superaram os com prejuízo, entre dezembro e janeiro. Outra pesquisa, realizada pela Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia), aponta que, após cair 24% em 2020, a participação do foodservice nas vendas da indústria de alimentos e bebidas cresceu 26% em 2021, somando faturamento de R$ 176,3 bilhões. Com a população vacinada e os os encontros em grupos com familiares e amigos voltando gradualmente ao normal, o setor vive agora a expectativa de uma retomada mais robusta, que ao mesmo tempo vem cheia de desafios.
No que diz respeito ao atendimento em espaços físicos de bares e restaurantes, sem dúvida, a tecnologia é uma das ferramentas mais indispensáveis para empreendedores que pretendem conceder maior praticidade e segurança aos frequentadores. Por isso, é necessário, mais do que nunca, digitalizar e automatizar os serviços e operações. Além de ajudar a trazer mais eficiência e personalização no atendimento e deixar o cliente mais confortável para escolher o seu pedido e visualizar as promoções, a digitalização possibilita que os estabelecimentos atuem com uma equipe um pouco mais enxuta, otimizando o atendimento dos consumidores.
Para os donos de bares e restaurantes, também é imprescindível estar atento às novas tendências de vendas. Neste ano, o investimento em marketing digital para atração e retenção dos clientes será tão importante quanto contratar um contador para cuidar das atribuições fiscais e financeiras do negócio. Isso porque a potencialização dos canais prioritários, realizada de forma estratégica, pode ajudar a trazer tráfego ao estabelecimento, permitindo que o empreendedor não se torne refém dos marketplaces.
Outro ponto de extrema importância é o Customer Centric, que apesar de ser um termo já batido, se torna novamente uma prática indispensável, até porque é preciso sempre ouvir o consumidor, afinal, são eles quem fazem um negócio acontecer. Portanto, entender as mudanças de comportamento é essencial para criar ações e estratégias direcionadas a essas novas necessidades. Basicamente, hoje o consumidor deseja ter boas experiências, quer ser atendido pelo canal onde tem maior familiaridade (normalmente os digitais) e busca serviços ágeis e de qualidade.
Além disso, com os aumentos nos preços dos alimentos e bebidas nos últimos meses, investir na engenharia do cardápio se torna fundamental para os estabelecimentos reterem os clientes. Uma estratégia eficiente para não repassar integralmente os custos da inflação aos clientes, é colocar força na venda de itens do cardápio que tragam maior margem e repaginar outras opções no menu, tornando-as mais rentáveis na operação.
Sem dúvida, os restaurantes que seguirem essas estratégias e incorporarem tecnologias como aliadas do negócio tendem a se sobressair e ganhar relevância no mercado. 2022 tem tudo para ser o ano da virada do foodservice.