Dicas para iniciantes em degustação de vinho, pela sommelière da Evino

As orientações incluem as três fases principais: visual, olfativa e gustativa

Jessica Marinzeck preparou recomendações que valorizam a apreciação de um bom vinho (Fotos: Divulgação)

Não foi só o consumo de cervejas artesanais que cresceu nos últimos anos no Brasil. O de vinhos também. Somente em 2015, segundo a União Brasileira dos Vitivinicultores (Uvibra), o mercado cresceu cerca de 15%. Com o consumo, cresce também a busca por orientações para a escolha e degustação da bebida. Para ajudar principalmente os iniciantes no mundo do vinho, a sommelière da Evino, uma das principais lojas online de vinho do País, Jessica Marinzeck, apresenta algumas dicas. Confira abaixo (e, para ler outras matérias sobre dicas, entre em revistabeerart.com/dicas).

“A degustação, quando realizada para avaliar tecnicamente o vinho, tem três fases: visual, olfativa e gustativa”, explica Jessica.


Fase 1 - Avaliação Visual

Na hora de avaliar um vinho, o primeiro quesito que merece atenção é a aparência. É preciso atentar-se à variação da cor, ao brilho, à opacidade e à textura das lágrimas do vinho que escorrem pela taça.

“Sempre reserve um tempo para observar o vinho. Repare nos reflexos e tons, pois a cor da bebida pode indicar a idade do vinho. No caso dos tintos, por exemplo, os tons podem variar do vermelho-rubi aos tons violáceos, púrpura e grená. Quanto mais envelhecida a bebida, mais a cor do vinho se aproxima ao tom ferrugem”, orienta a sommelière.

Já as chamadas lágrimas do vinho - que podem ser avaliadas ao girar a taça para observar o comportamento da bebida - ajudam a identificar se o vinho é mais ou menos alcoólico. A quantidade de lágrimas é maior quando o vinho tem um teor alcoólico mais elevado.

Para uma melhor avaliação visual, a recomendação é estar em um local bem iluminado, que permita avaliar todas as nuances da cor.


Fase 2 - Avaliação Olfativa

Nessa fase, os enólogos, sommelières e enófilos investem cerca de 70% do tempo da degustação. A partir do olfato, é possível identificar os aromas primários, como frutas e flores, secundários, como de produção e fermentação em barrica, e terciários, como o tempo de guarda em garrafa.

Segundo a sommelière da Evino, há mais de 8 mil aromas que podem ser percebidos nos vinhos.

“Por meio do olfato, sentimos as diferenças de sabores e ativamos a nossa memória olfativa. Esta fase, na qual percebemos os aromas do vinho antes mesmo de prová-lo, é conhecida como primeiro nariz”, explica.

Assim, quanto mais referências olfativas a pessoa tiver, mais intensa será a experiência da apreciação do vinho. Outra dica é degustar o vinho em um ambiente livre de aromas fortes, como gordura, produtos químicos ou excesso de perfume.


Fase 3 - Avaliação Gustativa

Após perceber o vinho por meio do olfato, é hora de apreciá-lo. Na fase da análise gustativa, é possível perceber demais detalhes do vinho, como a acidez e tanicidade. Uma dica é colocar e manter uma quantidade da bebida na boca por cerca de 15 segundos para avaliar as sensações que a bebida provocará.

Entre uma degustação e outra, Jessica ressalta a necessidade de tomar água ou comer uma fatia de pão ou maçã para limpar as papilas gustativas.

Para favorecer o processo, também não pode faltar uma boa taça.

“A recomendação é buscar uma taça em formato de tulipa. Uma taça ISO, de International Standards Organization, pode ajudar. Por ter um bojo maior e ser fechada na parte superior, é muito boa, principalmente, para a parte aromática”, aconselha.