História da cerveja: quando surgiu essa bebida tão amada?

Diferentemente do que muitos pensam, a cerveja não surgiu na Alemanha

A cerveja está diretamente associada ao surgimento da agricultura (Foto: Divulgação)

A cerveja está diretamente associada ao surgimento da agricultura (Foto: Divulgação)

A cerveja é uma bebida consumida em todo o mundo e, com o tempo, foi ganhando versões, das mais tradicionais e que buscam a fermentação perfeita, até estilos saborizados. Em comum, todos os tipos de cerveja utilizam cereais como ingrediente principal para sua produção, pois assim como os vinhos, as cervejas nascem do processo de fermentação.

Muita gente acredita que a cerveja tenha nascido na Alemanha, um dos países mais associados à bebida, embora a Bélgica seja considerada a terra oficial da cerveja. Porém, a bebida surgiu mais ou menos 9000 anos a.C, durante o período da Mesopotâmia. Acidental ou intencional? A seguir você confere como foi o surgimento da cerveja e porque ela se tornou tão adorada em todo o mundo.

A origem da agricultura

A cerveja está diretamente associada ao surgimento da agricultura, em que os povos instalados na região Suméria passaram a estocar os grãos colhidos de suas plantações para consumo tardio.

Grãos como a cevada sofrem fermentação natural, principalmente quando armazenados em ambientes úmidos ou em contato direto com a água. E ao contrário do que temos hoje, a agricultura no período mesopotâmico não era sofisticada. Os locais de armazenamento sofriam intervenções do vento e principalmente das chuvas.

O nascimento (acidental) da cerveja

Uma das formas de conservar os grãos de cevada colhidos era mergulhando-os em água, como uma espécie de conserva. Com o passar do tempo, a cevada, em contato com a água, fermentava, e o amido e açúcares presentes no grãos se transformavam em álcool.

Tudo leva a crer que, ao descobrirem o resultado sem querer, os produtores começaram a experimentar a manipulação dos maltes (cevada fermentada e seca), na intenção de descobrir se era possível fabricar o mesmo líquido obtido pela ação do tempo.

O processo falhou por muito tempo, e muitos povos consideravam a cerveja uma bebida divina, já que o sabor ideal era obtido apenas pela fermentação natural. Aliás, a palavra “cerveja” deriva do nome Ceres, que era considerada a deusa dos grãos.

Muito trabalho para chegar à perfeição

Se hoje em dia a cerveja é uma bebida habitual no dia-a-dia de muita gente, seja para relaxar depois de um dia estressante no trabalho ou para comemorar momentos especiais, na Mesopotâmia a cerveja era considerada um ''pão líquido'' e, por isso, consumida como alimento.

Se você lembrar um pouco das aulas de História, alguns povos usavam sal como pagamento para os trabalhadores (por isso a palavra “salário”), e em alguns locais do continente africano a cerveja era também usada como pagamento, ou seja, isso reforça seu uso como alimento pelos povos da época.

Com o passar do tempo, a produção de cerveja foi sendo sistematizada, mas o produto ainda tinha cor e sabor bem estranhos para o que chamamos de cerveja hoje. Isso se dava tanto pelo sabor intenso causado pela proporção de água e cereais utilizados, como pela falta de higiene no armazenamento. Os barris ficavam destampados e expostos, o que permitia que animais e outros agentes externos entrassem em contato com a mistura e alterassem o produto final.

Da Idade Média até os dias atuais

Foi apenas na Idade Média que os produtores substituíram a cevada pelo lúpulo e, durante o período alto do Império Romano, a cerveja foi produzida e difundida por todo o território governado por ele.

Por volta do ano 700 d.C, a Bavária abriu sua primeira cervejaria, que ficava dentro de um mosteiro. A partir de então, a cerveja foi sendo difundida para os demais países da Europa, que foram aperfeiçoando suas produções locais até chegarem ao que conhecemos hoje.

Hoje é possível encontrar cervejas variadas: puro malte, escuras, saborizadas e, claro, as artesanais, que buscam experimentar novas formas de produzir cervejas de qualidade e com novas possibilidades de sabor.