Como nasceu o Beertone
/Guia de cervejas organizado por cor chega à segunda edição brasileira em 2015
Sarah Buogo
Tudo começou na Suíça, a ideia era divulgar de uma forma diferente as cervejarias do país para o mundo. A forma inusitada criada pelo brasileiro Alexander Michelbach, residente na Suíça, foi o Beertone, uma paleta de cores para classificar as cervejas catalogadas (nos moldes do Pantone utilizada na indústria gráfica). Dois anos depois, além da edição suíça, o Beertone prepara-se para o lançamento da segunda edição com cervejas brasileiras.
Para tirar a ideia do primeiro Beertone do papel, Alexander tirou duas semanas de férias do trabalho e viajou de trem para diferentes regiões do país em busca de amostras de cerveja das principais cervejarias.
“Não é como no Brasil em que temos acesso a diferentes rótulos em uma única cidade. Tem cervejarias em que só conseguimos o produto em sua própria sede”, explica.
De posse do material, analisou cada bebida com um equipamento (espectrofotômetro) que mede a quantidade de luz absorvida pelo líquido. Para a medição, cada amostra foi filtrada para evitar a interferência de espuma, bolhas ou partículas. Cerca de seis meses depois, em outubro de 2012, 202 cervejas tinham sido catalogadas e assim, nasceu o primeiro Beertone Suíço. Hoje, mundialmente distribuído, inclusive em edições em alemão e inglês. Uma edição com cervejas alemãs deve ser lançada em 2015.
“A cultura cervejeira na Suíça é pouco difundida e aqui temos produtos de excelente qualidade com base nas escolas alemãs e italianas. Todo mundo acha que aqui só tem queijo e chocolate. A ideia das cores foi para facilitar a compreensão de qualquer um que manusear”, destaca Alexander, que tem como sócio o suiço Daniel Eugster, responsável pela parte gráfica do Beertone.
Beertone Brasil
O sucesso da edição Suíça motivou Alexander para o lançamento da edição brasileira. A receptividade das cervejarias daqui e a experiência da primeira edição otimizaram o trabalho e, em 2013, o Beertone com 202 rótulos de 44 diferentes cervejarias artesanais nacionais chegou ao Brasil.
A versão brasileira trouxe novidades e melhorias, como a inclusão da informação de IBU (unidade de medição do amargor), QRCodes que dão acesso a plataforma mobile do projeto (webApp), além da utilização de um papel mais espesso tanto para capa quanto para as páginas das cervejas.
“A edição suíça foi muito difícil e trabalhosa. Recebi pouco apoio, as pessoas não acreditavam que eu conseguiria terminar. Já no Brasil o cenário foi outro, tive um retorno muito grande o que facilitou todo o processo”, destaca Alexander que também fala que, ao contrário das cervejarias Suíças, boa parte das brasileiras já enquadra seus rótulos no referencial de cores mais utilizado nas Américas Standard Reference Method (SEM) e, por isso, ele não precisou utilizar o espectrofotômetro nas amostras.
O critério utilizado para a seleção das cervejas que entraram no primeiro Beertone Brasil foi a variedade de estilos e o retorno rápido das cervejarias. Praticamente por ordem de chegada das informações.
Entre as cervejarias presentes no guia estão: Colorado, Dama Bier, Cervejaria Nacional, WayBeer, Wäls, Wensky, Suméria, Baldhead, 2cabeças, Capa Preta, Dortmund entre outras.
As vendas superaram em 30% a edição suíça. Para março de 2015, Alexander já prepara o lançamento da segunda edição, com rótulos diferentes e uma versão em inglês.
Todas as versões do Beertone podem ser adquiridas pelo site beertone.me
Toy Arte – a criatividade continua
Com o sucesso do Beertone, Alexander deixou o emprego e passou a dedicar-se exclusivamente aos seus projetos. O foco do trabalho é a área de design com produtos relacionados à cerveja. O próximo produto que chega ao mercado chama-se BREWCE, um Vinyl Toy que utiliza o termo Hophead de maneira física, em sua própria cabeça, em formato de lúpulo. A brincadeira segue, e em resposta aos que afirmam que cerveja dá barriga o boneco produzido em PVC tem um espaço na região da barriga destinado a receber uma tampinha de cerveja que permanece fixada por um ímã.
“A ideia é que seja um toy art para colecionador, para quem curte cerveja e pode expor e trocar a tampinha”, destaca Alexander.
Em sua primeira versão, o Brewce será produzido sem pintura, na cor branco fosco, o que permite possibilidades de customização futura. Ele tem 6 cm de largura por 15 cm de altura e pesa cerca de 150 gramas.
Para financiar a produção do Brewce foi lançada um campanha de crowdfunding. A partir de US$ 15 é possível adquirir 1 Brewce com 3 tampinhas e com frete gratuito para todo Brasil. Cada kit contendo o Brewce irá acompanhado de 3 tampinhas customizadas (em metal).
A pré-venda está disponível em ww.indiegogo.com/projects/brewce-hophead-vinyl-toy