Novo líder das cervejarias catarinenses foca em 5 frentes

Alexandre Mello, cervejeiro da Itajahy, assume a presidente da Acasc

Alexandre Mello sucede a Carlo Lapolli, que concorre à presidência da entidade nacional (Foto: Divulgação)

Profissionalização da mão de obra, combate ao comércio ilegal e fomento à legalização, carga tributária, disseminação da Catharina Sour e estadualização do movimento Eu Bebo Cerveja Local. Estas são as cinco principais lutas da nova diretoria da Associação das Cervejarias Artesanais de Santa Catarina (Acasc). Eleito na noite de quarta-feira, 19 de julho, Alexandre Mello, cervejeiro da Itajahy, assume a presidência da entidade pelos próximos dois anos, sucedendo a Carlo Lapolli, que disputa a presidência da associação nacional (Abracerva).

O vice-presidente eleito é Daniel Regionatto, e a diretoria é composta ainda por Érico Augusto Masera Marchi, Edgard Louro de Freitas e Leandro de Oliveira Schmitt. O conselho fiscal é Fabiano Massaneiro, Brunhard Borck e Sidernei Adriano Karsten.

A expectativa de Mello é de um biênio de aceleração das marcas artesanais locais e ele espera que a entidade seja uma apoiadora do empresariado do segmento.

“Nós somos a primeira associação estadual ligada a este mercado, antes mesmo da criação da entidade nacional. Em 2018 completamos uma década e queremos contribuir ainda mais para que o movimento cervejeiro se profissionalize e expanda”, diz.

Mello elencou cinco frentes de atuação da Acasc para o seu mandato. Abaixo, um resumo de cada uma delas.

Questões tributárias

Santa Catarina foi o Estado pioneiro em estender a mão e enteder o que o mercado das cervejas artesanais significa para a economia regional. Foi a primeira região à conceder um regime de benefício fiscal às microcervejarias, o que ajuda muito para uma concorrência menos desigual com as grandes marcas comerciais. Neste sentido, Mello destaca duas questões urgentes para o setor. A primeira é a perda de benefícios.

“Há um movimento para a retirada dos benefícios de ICMS para as cervejarias artesanais em Santa Catarina. Estamos mobilizando representantes para que entendam o potencial do mercado no estado e apoiem o movimento “, comenta.

Outra preocupação em relação ao ICMS diz respeito à entrada no Simples, que faria com que as indústrias que optassem pelo regime fiscal não tivessem acesso ao benefício.

A segunda questão importante para o setor é a tributação em relação às cervejarias ciganas.

“Hoje é possível optar por duas formas de terceirização de produção no caso das ciganas. Ou o criador da cerveja atua apenas como distribuidor (e neste caso é a fábrica terceira que arca com os impostos) ou então a cigana pode ser a gestora e a fábrica atuar apenas como terceirização de serviços (neste caso, ela não tem acesso aos benefícios fiscais). Os ciganos são, hoje, uma das partes mais frágeis da cadeia. Precisamos que ele também tenha esse tipo de benefício”, explica Mello.

Profissionalização

Outro objetivo da nova diretoria é atuar na profissionalização dos atuais colaboradores de cervejarias em temáticas específicas e de maneira itinerante.

“Investimento em qualificação de mão-de-obra é essencial para o crescimento e reconhecimento da cerveja catarinense pela sua excelência”, comenta Mello.

A ideia é realizar capacitações em todas as regiões do estado, com demandas que sejam das próprias indústrias.

Combate ao comércio informal

Mello destaca a importância dos cervejeiros caseiros para o desenvolvimento do setor. No entanto, um dos objetivos da Acasc é atuar contra a venda ilegal deste tipo de marca e fomentar a legalização dos negócios cervejeiros.

“Nós acreditamos em um mercado com condições igualitárias e na valorização da qualidade dos produtos. Por isso, além de auxiliarmos a fiscalizar a produção e venda ilegal, gostaríamos de estender a mão para os cervejeiros informais e auxiliá-los a regularizar suas operações. O mercado da cerveja está em expansão e por isso é importante mantermos a credibilidade para que todos ganhem”, complementa.

Fortalecimento da Catharina Sour

A iniciativa criada em Santa Catarina para reunião de cervejarias em torno de um objetivo comum, a Catharina Sour será foco de mais ações da Acasc. Os workshops sobre a cerveja que já acontecem em todas as regiões de Santa Catarina e fora dela serão mantidos e a ideia é que marcas de todo o país adotem esse tipo de Sour.

“Nós acreditamos muito na popularização deste estilo no Brasil e queremos que esta seja mais uma porta de entrada do consumidor para o mercado das artesanais do tipo sour”, acrescenta Mello.

Eu Bebo Cerveja Local em todo o estado

Conforme o novo presidente, ainda este ano o movimento Eu Bebo Cerveja Local, que incentiva o consumo de cervejas regionais através de growlers e de um aplicativo que aponta onde estão as marcas mais próximas do consumidor, vai chegar a todo o estado. A previsão é que em outubro a iniciativa dos cervejeiros de Florianópolis seja expandida.

“Foi uma ótima sacada do cervejeiros da região de Florianópolis e tivemos todo o apoio dos criadores para que ampliássemos esse movimento. Estamos muito felizes em oferecer mais uma possibilidade para que o consumidor se relacione com as cervejas da sua região, além, é claro dos bares e retaurantes”, finaliza Mello.

Para saber mais sobre as cervejarias catarinenses, navegue no Portal das Cervejarias Brasileiras, neste link