Pioneira no lúpulo brasileiro visita produtores em SP

Teresa Yoshiko realiza viagem de pesquisa sobre a produção do insumo cervejeiro em São Paulo

Teresa (a 2ª à esquerda) diz que buscou entender como está a produção de lúpulo no microclima paulista (Fotos: Divulgação)

Teresa (a 2ª à esquerda) diz que buscou entender como está a produção de lúpulo no microclima paulista (Fotos: Divulgação)

Depois de trabalhar um longo período dentro do viveiro propagando mudas e também tendo trabalhado intensamente nas questões burocráticas e legais do lúpulo brasileiro, a produtora e pesquisadora Teresa Yoshiko, do Lúpulos Ninkasi, resolveu partir em viagem pelo interior de São Paulo para conhecer de perto produtores de lúpulo, viveiristas e também novos e futuros produtores.

Segundo Teresa, a viagem foi importante para trocar experiências, principalmente com o viés de pesquisa, pois o objetivo foi entender como está a produção de lúpulo neste microclima que é o estado de São Paulo:

“Ver no campo o que é estudado pela academia e todos os órgãos que estão no projeto, foi uma experiência enriquecedora. Até mesmo porque é importante conhecer de perto pessoas sérias que estão construindo essa história no país.”

O plantio de lúpulo do Brasil precisa ser levado a sério, e a intenção principal da viveirista foi estar mais próxima desses produtores de São Paulo. Apesar de seu trabalho de pesquisa e esforços pela cultura do lúpulo no país ser reconhecido e elogiado pelo MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), Teresa Yoshiko vem sendo alvo de constantes ataques questionando sua idoneidade. “O fato de ser mulher incomoda quem não quer investir ou até mesmo estudar a cultura. Prego que fica mais alto, leva mais martelada”, comenta a produtora, sem querer fazer alarde desses ataques de concorrentes. Como boa brasileira, com descendência japonesa, ela não se deixa abalar e segue em frente ajudando quem precisa no campo.

O Lúpulo em São Paulo A primeira produção visitada por Teresa Yoshiko, que esteve todo tempo acompanhada por Ana Pampillón, coordenadora da Rota Cervejeira RJ e também amante da cultura da produção de lúpulo no país, foi na cidade de Holambra, na Hopstecker. Uma produção orgânica e processada em forma de “plugs”, é novidade no beneficiamento do lúpulo. Com muito aroma e óleos essenciais acima da média, esse lúpulo foi utilizado no projeto do “Pint os Science” esse ano, em que a Ana participou.

Depois, as duas "desbravadoras do lúpulo nacional" estiveram em São José do Rio Preto, na Hops Brasil, onde foram recebidas por Ricardo Beolchi, um dos sócios e também precursores na importação de mudas no país. Visitaram também, os produtores Lúpulos Dalcin, Bravaterra e Manti Hops, passando pelas cidades de Taguai, Fartura e Cruzeiro.

Teresa Yoshiko acrescenta:

“Que momento especial estou vivendo hoje. Em 2018 consegui a legalização do lúpulo no país. Depois dessa conquista grandiosa, me dediquei ao viveiro, produzindo mudas de diferentes cultivares buscando qualidade. Paralelo a isso, e com a mesma dedicação, ajudei a montar a ART onde os futuros produtores hoje têm acesso a crédito agrícola pelo Banco do Brasil, pesquisas na área de nutrição e irrigação. Os desafios e conquistas não pararam por aí, em 2019 tivemos um avanço extraordinário no plantio, foram mais de 5 mil mudas plantadas. Em 2021, em meio a pandemia, mais conquistas vieram, quando iniciamos um projeto com melhoramento genético montando parcerias com as universidades e os produtores. Com tudo isso não poderia ser diferente, resolvi fazer a primeira importação de mudas comerciais dos EUA, profissionalizando ainda mais o cultivo do lúpulo no país. Decidi fazer esta visita aos produtores de São Paulo para expandir os horizontes. Visitei alguns produtores que adquiriram minhas mudas, há alguns anos, aprendendo e compartilhando conhecimentos em prol da cultura, e conheci futuros produtores. O caminho a trilhar é longo, mas prazeroso. Um brinde bem Lupulado!”