Infográfico retrata o mercado da cerveja no Brasil
Escola Superior de Cerveja e Malte resumiu em ilustração levantamento do Mapa
Realizado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), estudo publicado em 28 de agosto trouxe luz sobre a expansão do mercado cervejeiro no Brasil. Para facilitar a compreensão do estudo, a Escola Superior de Cerveja e Malte reuniu os dados em um infográfico. A quantidade de cervejarias passa da marca de 600, e o Brasil só perde para a China e os Estados Unidos em produção de cerveja.
Sobre os números revelados pelo estudo, Carlo Lapolli, presidente da Associação Brasileira das Cervejarias Artesanais (Abracerva), destaca:
“O número de bares e restaurantes com cartas de cervejas e mais variedade de chopes, por exemplo, está crescendo diariamente. O consumidor, antes acostumado a beber apenas rótulos comerciais, está descobrindo que os sabores da bebida vão além disso. E investidores e apaixonados estão apostando nisso como um negócio rentável.”
Em relação aos índices, Lapolli destaca também que o número de cervejarias é diferente – e menor – do que a quantidade de marcas.
“No nosso mercado é muito comum que as cervejarias iniciem como ciganas: uma forma de terceirização da produção. Isso faz com que o consumidor tenha ainda mais opções na hora de escolher.”
O presidente da Abracerva considera que, para sustentar o crescimento do setor, são necessárias condições igualitárias de competitividade com os grandes grupos cervejeiros (especialmente em relação à carga tributária) e mais conhecimento do consumidor. “Estamos trabalhando para ambos”, afirma.
A partir de janeiro de 2018, as cervejarias com faturamento inferior a R$ 4,8 milhões, poderão aderir ao Simples. O que é considerado pelos especialistas um pequeno passo do Governo Federal para incentivo a essa cadeia produtiva.
1% do mercado
Um dado que chama a atenção do público é em relação à representatividade das artesanais na produção total de cerveja no Brasil. Há muitos anos se fala em cerca de 1% do mercado e o crescimento no número de cervejarias dá a entender que a competitividade está crescendo e o consumo, não.
Carlo Bressiani, diretor da Escola Superior de Cerveja e Malte (ESCM), diz que a interpretação está parcialmente incorreta.
“Como mercado jovem e em implantação que é, o setor das cervejas artesanais ainda não têm dados consolidados que nos levem a uma afirmação como essa. Há muito tempo se fala em 1% como forma de arredondar, mas na nossa visão, esse índice já foi de 0,2% há alguns anos e hoje chega realmente próximo a 1%.”
A justificativa para essa defesa está exatamente no boom do mercado nos últimos anos.
“Não é possível que o número tenha se mantido estável partindo do pressuposto que houve um aumento muito grande no número de cervejarias e praticamente não existem notícias sobre cervejarias encerrando suas atividades. O que acontecia era, realmente, uma imprecisão nos dados que não nos permitia clareza. Hoje há. E 1% do terceiro maior mercado de cervejas do mundo é um montante que temos que comemorar, óbvio que há espaço para crescimento”, conclui Bressiani.