"Mudança na tributação prejudica as cervejarias menores"

Diretor da Procerva-PR, Ronaldo Pinto Flor repudia mudanças aprovadas pelo Congresso

"Vai representar um aumento de 7 a 10% do que pagamos hoje", afirma Ronaldo Flor (Foto: Ricardo Jaeger / Revista Beer Art)

Sarah Buogo

Recebida com otimismo pela CervBrasil, que congrega as grandes cervejarias, a mudança na tributação da cerveja aprovada pelo Congresso, na quarta-feira (17), foi repudiada pelo diretor financeiro da Procerva - PR, Ronaldo Pinto Flor. Em entrevista à Beer Art, Ronaldo explicou por que considera as mudanças desastrosas para as cervejarias menores - que produzem menos de 200 mil litros/mês. Segundo ele, um aumento de 7% a 10% no PIS, Cofins e IPI que é pago hoje se refletirá nos preços que chegam ao consumidor.

"Hoje as cervejarias menores pagam cerca de 0,11 centavo por litro de PIS, Cofins e IPI. A mudança aprovada prevê uma alíquota de 15,5% sobre o preço de venda. Vai representar um aumento de 7% a 10% do que pagamos hoje", explica Ronaldo, proprietário da Gauden Bier, de Curitiba (PR), onde também são produzidas outras seis marcas da Liga das Cervejas Extraordinárias.

Até agora, o imposto era calculado a partir de uma pauta que listava as cervejarias, suas marcas e a média de preço no mercado de cada tipo de embalagem. Esta pauta definia o preço sobre o qual deveria ser aplicado um índice redutor e as alíquotas de imposto. As cervejarias pequenas, com produção inferior a 200 mil litros/mês não entravam nessa pauta, eram classificadas como "outras cervejarias" e, por isso, pagavam o imposto reduzido. Com as mudanças, PIS, Cofins e IPI serão pagos sobre o preço da cerveja o que na prática representa um aumento considerável para os pequenos.

"É uma grande batalha para as microcervejarias venderem seus produtos, que já chegam caro para os seus consumidores. De uma hora para outra passar a pagar 7 vezes mais é uma loucura para nós", destaca Ronaldo.

De acordo com ele, as mudanças são positivas para cerca de 6 microcervejarias brasileiras que, devido ao tamanho, já estavam na pauta.

"Não nos sentimos bem representados pela Abracerva, que estava junto nas negociações. O imposto justo não será para todos, nós, cerca de 250 pequenos cervejeiros teremos um aumento bem considerável", conclui.