Bamberg, paulista com sotaque alemão

Estabelecida em Votorantim, a Bamberg é a mais premiada seguidora da tradição germânica no Brasil

Cervejaria nasceu em 2005, como fruto da inspiração em uma viagem à Alemanha e da persistência ao enfrentar os obstáculos da burocracia (Foto: Raphael Rodrigues/Beer Art)

Cervejaria nasceu em 2005, como fruto da inspiração em uma viagem à Alemanha e da persistência ao enfrentar os obstáculos da burocracia (Foto: Raphael Rodrigues/Beer Art)

Raphael Rodrigues

Beer Art 10 - set/14

Não é fácil montar uma cervejaria no Brasil, e era muito menos ainda em 2005, ano em que a Bamberg começou. Inúmeros obstáculos, desde a burocracia para arrumar os papéis, depois o MAPA, a liberação da Junta Comercial e a distribuição. De todo o processo, lembra Alexandre Bazzo, o mais fácil é fazer a cerveja. A ideia nasceu em uma viagem para a Alemanha. A cidade de Bamberg descortinou para Alexandre e os irmãos uma rica tradição cervejeira. Estabelecida em Votorantim (SP), perto de Sorocaba, a Bamberg começou a produzir em dezembro de 2005. Seguidora da tradição alemã, ela se transformou em uma cervejaria conhecida em todo o território nacional e acumulou prêmios nacionais e internacionais. E Alexandre se tornou uma das vozes mais influentes do renascimento da cerveja artesanal no Brasil. Sempre se posicionando nas redes sociais e levantando a bandeira da cultura alemã, é adorado por uns e questionado por outros. A tradição alemã em cervejas parece incomodar parte do público, mas o fato é que justamente isso mostra a grandiosidade da escola alemã.

O sucesso pode ser medido na festa anual de aniversário. Ingressos esgotados rapidamente, amigos e consumidores de todo o Brasil celebram a data com Alexandre e sua esposa, Janaina Albino. Falando em conquistas, é impossível falar da cervejaria sem mencionar as mais de 80 medalhas acumuladas. A primeira conquista nacional foi em 2008, com a Pilsen escolhida a melhor no estilo pelo jornal Estado de S.Paulo. Não demorou para chegar o primeiro prêmio internacional, e foi na Alemanha: prata para a Rauchbier no European Beer Star 2009, na categoria Smoked Beer. Cinco anos depois, os rótulos mais premiados são: Rauchbier, Schwarzbier, Altbier e München. Elas já subiram em pódios cobiçados como Mondial de la Bière, Australian Beer Awards, World Beer Awards, South Beer Cup e Copa Cervezas de América.

Bem-vindo à Bamberg, em Votorantim (Raphael Rodrigues/Beer Art)

Bem-vindo à Bamberg, em Votorantim (Raphael Rodrigues/Beer Art)

 
Medalhas na South Beer Cup são apenas uma mostra de um acervo repleto de premiações (Foto: Raphael Rodrigues/Beer Art)

Medalhas na South Beer Cup são apenas uma mostra de um acervo repleto de premiações (Foto: Raphael Rodrigues/Beer Art)

No ranking organizado pela revista Beer Art, que considera 12 concursos de prestígio, adivinha quem mais aparece entre as 10 primeiras? Bamberg!

  • 1º - Rauchbier
  • 3º - Schwarzbier
  • 5º - Altbier

Para ver o ranking completo, clique aqui.

Tudo isso já seria o suficiente para contar a história de uma cervejaria bem-sucedida, mas tem mais. Ela também ficou muito conhecida no Brasil por causa das cervejas de banda, a primeira foi a Sepultura Weizen, depois veio a Camila Camila, para a banda Nenhum de Nós, a Raimundos Helles e a Calibre, em comemoração aos 30 anos do Paralamas do Sucesso.

A Camila Camila é uma das mostras da afinidade roqueira da cervejaria (Foto: Raphael Rodrigues/Beer Art)

A Camila Camila é uma das mostras da afinidade roqueira da cervejaria (Foto: Raphael Rodrigues/Beer Art)

 
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Fica complicado menosprezar a cultura alemã de cervejas ou mesmo a Bamberg depois de toda essa história de conquistas que continua a ser escrita de maneira minuciosa e primorosa... Nos tanques, claro. Segundo Bazzo, uma nova sazonal já está maturando e deve ficar pronta na primeira quinzena de setembro, a Weizenbock Dunkel, com 8,2% de teor alcoólico.

Assista ao depoimento que Alexandre Bazzo deu à Beer Art no Festival Brasileiro da Cerveja 2014: