Destaque no Festival, Cozalinda aposta em cervejas ácidas
Marca de Florianópolis conquistou 4 medalhas no Concurso Brasileiro de Cervejas 2018
Em quatro dias de Festival Brasileiro da Cerveja, quase 36 mil pessoas passaram pelo Parque Vila Germânica. Diferentemente de outras edições, as cervejas ácidas foram as protagonistas do evento realizado em Blumenau (SC). A mudança refletiu diretamente no estande da Cervejaria Cozalinda, de Florianópolis, já que a procura pelas cervejas ácidas foi tão significativa, que praticamente todas as criações da marca com essa característica se esgotaram durante o evento.
Conquistando cada vez mais adeptos, as "sour" são cervejas que apresentam acidez e frescor. De acordo com Diego Simão Rzatki, um dos sócios e mestre-cervejeiro da Cozalinda, o interesse se ampliou com o surgimento do projeto Catharina Sour, que se candidata ao posto de primeiro estilo brasileiro de cerveja.
A Cozalinda é uma das pioneiras e poucas a trabalhar com cervejas ácidas que utilizam leveduras e bactérias selvagens, com ou sem passagem por barris de madeira. O reconhecimento desse trabalho veio com a conquista de quatro medalhas no 6º Concurso Brasileiro de Cervejas. Todas as vencedoras são no estilo “sour” e foram consideradas as melhores em suas categorias. “Simplesmente a Cervejaria mais premiada de Floripa no 3º maior concurso de cervejas do mundo”, afirma Diego.
Ainda segundo o mestre cervejeiro da Cozalinda, a escolha pelos estilos surgiu da complexidade que muitas vezes só é encontrada no mundo dos vinhos.
“O processo das cervejas ácidas é bem mais laborioso e complicado, mas vale pelo resultado final. Entre as mais complexas da Cervejaria está a Pedras do Itaguaçu, uma cerveja que se aproxima do perfil sensorial das lambics da Bélgica. A criação foi uma das mais bem avaliadas no Concurso e a melhor em seu estilo.”
Após quatro anos de pesquisa e testes em diferentes tipos de barris de madeira, a Cervejaria de Florianópolis pretende produzir mais cervejas com frutas e continuar colhendo bons frutos com as receitas ácidas. O primeiro lote em garrafa das cervejas no estilo “sour” nem saiu para o mercado e já está com reservas esgotadas.
“Boa parte do lote será enviada para São Paulo, onde inclusive haverá lançamento local. A expectativa é que isso ocorra no meio de abril. A procura é tanta que estamos pensando em ampliar em 100% a produção das cervejas ácidas”, conta Diego.
Três, das quatro cervejas premiadas no Concurso Brasileiro de Cervejas, têm nome com inspiração em Floripa. Praia do Meio (Fermentação Mista), Praia da Saudade - Sassafrás (Wood Aged Sour) e Pedras do Itaguaçu (Belgian Style Lambic) receberam medalhas como melhores de suas categorias.
Os nomes das criações são em homenagem às praias de Coqueiros, tradicional bairro de Florianópolis em que a marca nasceu.
“A Cozalinda traz o universo manezinho às suas cervejas, a essência da cidade. Desde os nomes, até a nossa sede, de frente para o mar e com decoração açoriana, estamos 100% conectados com Floripa”, afirma Vinicius Simão Rzatki, também sócio da Cozalinda.
Mas a relação vai mais longe:
"A Cervejaria tem um projeto em parceria com a Levtek, uma empresa de biotecnologia manezinha, para ‘descobrir’ novas leveduras selvagens que serão utilizadas nas cervejas, para que assim a identificação não fique só nos nomes, mas também no uso de insumos locais".
O estudo já indicou duas leveduras viáveis por identificação genética. Para este ano, se iniciará testes de produção e isolamento da levedura para conhecer melhor suas qualidades.
"Já imaginou tomar uma cerveja Praia do Meio com uma levedura ou bactéria cervejeira descoberta no local? É um ‘terroir’ manezinho e uma cerveja que só será produzida por aqui. Uma cerveja verdadeiramente manezinha", ressalta Diego.