Cervejaria de Novo Hamburgo produz na Austrália
/Fatbull relata crescimento de 22% em dois anos no país da Oceania
Atualizada, 16/4/2022 11:49
O negócio que começou da amizade de três jovens empreendedores de Novo Hamburgo há seis anos extrapolou as fronteiras do Rio Grande do Sul. A cervejaria artesanal Fatbull comemora um rótulo inédito, uma produção no exterior. Desde 2020 as cervejas conhecidas e premiadas nacionalmente pela marca hamburguense estão sendo feitas em Perth, na Austrália. Em 2021, o volume produzido na capital da Austrália Ocidental cresceu 22% em comparação com o primeiro ano de operação - em 2020, a média foram 440 litros vendidos por mês, ante 566 litros/mês em 2021. Para 2022, a meta é ampliar os pontos de venda e entrar na grande rede varejista australiana Liquorland.
O mpresário brasileiro da Fatbull na Austrália, Cristiano Merino, explica:
“Já estamos com as cervejas no cadastro da rede e com negociações bem avançadas. Ainda no primeiro semestre deste ano devemos anunciar oficialmente essa entrada. Será um marco importante das produções das cervejas da Fatbull aqui na Austrália, uma vez que essa rede é muito forte e nos levará para outro patamar em escala de distribuição e venda.”
Gaúcho e conterrâneo hamburguense dos sócios Daniel Jeffman, Alexandro Nunes e Tiago Bird, Cristiano foi para Austrália em 2017, por oportunidade de trabalho de uma empresa petrolífera da qual ainda é vinculado atualmente.
“Logo que eu cheguei, vi potencial para a cerveja produzida pela Fatbull. São receitas singulares e comecei a ver potencial de penetração da marca ao frequentar eventos cervejeiros locais”, explica Merino, amigo de infância dos sócios da Fatbull.
A primeira viagem para desbravar o potencial de Perth - que, por curiosidade, fica em paralelo aproximado ao da cidade gaúcha, como se fosse uma volta ao mundo no globo sem sair do extremo sul do planeta - pelos sócios da Fatbull foi ainda no primeiro ano de Merino no país estrangeiro.
“Nosso plano foi provar as cervejas dos produtores australianos e visitar fábricas em potencial para nossa cerveja”, explica o cervejeiro da Fatbull, Dani Jeffman.
Segundo ele, a primeira impressão sensorial desta viagem revelou potencial de mercado.
“Todas as cervejas que experimentamos não eram leves como os estilos que produzimos artesanalmente no Brasil. Mas, o clima era favorável ao consumo de rótulos mais refrescantes e leves, por também ter um verão tropical parecido com o nosso”, conta Jeffman.
Meta de exportação do primeiro estilo de cerveja artesanal brasileiro
As primeiras cervejas produzidas pela Fatbull na Austrália, em brewing contract com a cervejaria australiana Billabong, foram os estilos Pale Ale, IPA, Pilsner e Imperial Sout. Em agosto de 2021, a marca gaúcha caiu nas graças do modelo internacional David Genat (vencedor do Austrualian Survivor e participante do “Celebrity Apprentice Australia”), durante uma cortesia de cervejas em programa de televisão. A partir daí, um estilo próprio de IPA foi lançado especialmente para o ator.
“As vendas esgotaram rápido e, hoje, ele é um grande embaixador da nossa cerveja aqui em Perth”, comenta Cris Merino.
A Golden God IPA tem sabor cítrico intenso com um toque floral. Leva notas de pêssego e frutas tropicais com um notável sabor de manga.
Ainda neste ano, a Fatbull planeja lançar a Pink's Not Dead (nome do estilo da Catharina Sour da Fatbull produzida no RS). A aposta nesse estilo deve alavancar ainda mais os negócios no exterior, uma vez que o estilo Catharina sour é reconhecido mundialmente como ‘brasileiro’. Criado em Santa Catarina, o estilo foi reconhecido pelo Beer Judge Certification Program (BJCP) e se trata de uma cerveja ácida com adição de frutas, que, no caso da Fatbull leva pitaya na receita.
A primeira incursão internacional da Fatbull
Em 2017, ao completar o primeiro ano de produção, a Fat Bull ganhou o mundo como presente. Entre os meses de junho e julho daquele ano, os quatro amigos de Novo Hamburgo que tocam o negócio estiveram em Portugal lançando as cervejas produzidas em solo brasileiro. A Fat Bull estreia no cenário internacional ocorreu no dia 2 de junho, no The Beer Promenade Caiscais, em Estoril, litoral português. Em solo brasileiro, os empresários cervejeiros se dividiram na intensa agenda de junho e julho e participaram ainda da Fenac Beer and Food Festival, nos dias 14 e 15 de julho, nos pavilhões da Fenac.
A cerveja participante foi produzida em solo português: uma Australian Pale Ale que foi a primeira receita apresentada ao mercado e se tornou carro-chefe da cervejaria cigana. As receitas próprias feitas pela Fat Bull foram apresentadas ao lado de mais de 30 produtores estrangeiros, compondo a oferta de mais de 150 estilos de cerveja, nos três dias de evento. Além do festival em Estoril, o sabor original, feito pelos gaúchos, esteve nos Jardins do Palácio de Cristal da bela cidade de Porto. Apesar de muito famosa pela qualidade dos vinhos, a cidade optou por realizar pela primeira vez o Porto Beer Festival.
Na agenda da Fat Bull, também estavam o Alameda Beer Fest, na cidade de Faro, de 7 a 9 de julho, e ainda, o Artbeer Fest, na cidade de Caminha, entre 13 e 16 de julho. Ao todo, foram quatro eventos em apenas dois meses e uma oportunidade de abrir ainda mais o mercado para a produção artesanal, que nasceu em uma garagem na Rua Tapes, no Centro de Novo Hamburgo.
Tiago Bird destacou, na ocasião:
“Estamos muito felizes de no mês que completamos um ano de existência, estarmos levando nossos produtos para o exterior. Nossa marca cresceu muito em apenas 12 meses de trabalho e já é referência no Vale do Sinos.”
A origem do nome
O nome da cervejaria surgiu após os cervejeiros resgatarem uma Pitbull das ruas e adotarem a cadela que hoje se chama Kyra – a mascote da Cervejaria. A cervejaria nasceu em julho de 2016, em uma garagem alugada no Centro de Novo Hamburgo (Rua Tapes, 503). Depois de dois anos de estudo e dedicação, os quatro amigos Alexandro Nunes, Tiago Bird, Daniel Jeffman e Marcelo Zabka lançaram o produto no mercado gaúcho.
Em poucos meses ganharam o Vale do Sinos e hoje celebram inserção no mercado nacional e internacional. A produção conta com três rótulos fixos (Dormund Export, Australia Pale Ale e India Pale Ale) e uma Weiss própria envasada especialmente nas datas comemorativas, como Natal e Páscoa.