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Brasileiro se consolida entre os melhores produtores de vinho no Chile

Guia Descorchados destaca David Giacomini e sua vinícola La Recova, no Vale de Casablanca

Natural de Porto Alegre/RS e descendente de italianos, David Giacomini já era um apaixonado estudioso de vinhos quando, em 2005, passou de enófilo para enólogo autodidata (Fotos: Divulgação)

Na edição 2021 da publicação, assinada pelo especialista Patricio Tapia e que será lançada no Brasil ainda este ano, o Avid Sauvignon Blanc 2017 recebeu 94 pontos, e o Avid Sauvignon Blanc 2018 alcançou 95 pontos. Esta safra mais recente também foi listada na categoria Vinho Revelação e entrou no Ranking dos Melhores Sauvignon Blanc do Chile. O rótulo, que vem sendo premiado desde sua primeira safra, em 2014, vem de um vinhedo de quatro hectares cultivado em escala humana.

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David Giacomini, engenheiro e empreendedor que criou a marca, conta:

“Hoje a Sauvignon Blanc é a segunda uva mais produzida no Chile, ficando atrás apenas da Cabernet Sauvignon, com 11,2% de toda a área de vitis vinifera no país. É trabalhada pelos melhores e mais renomados enólogos chilenos. Para nós, da pequena La Recova, estar entre os melhores do Chile é um enorme reconhecimento.”

Ainda segundo David, esses resultados são graças à busca incessante pela boa qualidade da uva no campo, pela expressão do terroir e pela diferenciação do seu produto.

“Não tinha a intenção de lançar mais um varietal ao estilo neozelandês, jovem, com os clássicos aromas de maracujá e grama cortada. Queria algo mais e alcançamos esta diferenciação com o AVID. Muito nos alegra alcançar essas altas pontuações (mais comumente vistas em tintos)”, complementa.

Natural de Porto Alegre (RS) e descendente de italianos, David Giacomini já era um apaixonado estudioso de vinhos quando, em 2005, passou de enófilo para enólogo autodidata.

“Morava há alguns anos neste sítio frio no setor de Las Dichas, a 11 km do Oceano Pacífico e em meio ao Vale de Casablanca – região famosa pela sua vocação para excelentes brancos. Comecei a estudar para produzir vinho, fiz alguns cursos no Brasil e na Califórnia, até que decidi plantar a Sauvignon Blanc em 4 hectares”, recorda.

Por puro feeling e contrariando o “modus operandi” dos demais viticultores chilenos, decidiu implantar um vinhedo de alta densidade, de trato orgânico e com 9,8 mil plantas por hectare (quase o triplo da média no país).

“Soube que assim era feito na Borgonha e em Bordeaux, na França, então decidi apostar”, relembra David.

As videiras estão em encostas de alta inclinação e com exposição leste, protegidas da incidência solar vespertina. Além de pouca água via irrigação, elas recebem a vaguada costera, uma neblina matinal oriunda do Oceano Pacífico e que protege os vinhedos dos primeiros raios solares da manhã.

Um terroir quase extremo e que levou 5 anos para produzir sua primeira safra, a qual acabou sendo vendida à Viu Manent. Naquele ano, as uvas comercializadas entraram no blend do rótulo Secreto, que recebeu destaque no Guia Descorchados 2011 como Melhor Vinho da renomada vinícola ao lado do Viu 1.

“Foi quando descobri, enfim, que estava em um terroir especial”, conta David.

Em 2013 construiu sua cantina e, no ano seguinte, passou a vinificar na própria La Recova. Os primeiros vinhos nasceram em um contêiner próximo à sua casa, hoje repletos de tanques de inox e ovos de cimento. Hoje Giacomini produz também o Obstinado, um rosé meio seco de Sauvignon Blanc “tingido” com cascas de Syrah; e o Orquídea Late Harvest, com a mesma cepa.

Além de toda a influência do terroir, ambas as colheitas do AVID foram realizadas quando as uvas estavam com sua maturação ideal. Isso garantiu aos vinhos maior complexidade aromática, excelente acidez e equilíbrio, mesmo com teor alcoólico mais elevado, de 14%.

Mas as semelhanças entre as safras param por aí. A colheita de 2017 foi 100% elaborada em tanques de inox; e após o término da fermentação, os vinhos ficaram quase um ano em contato com as leveduras. O resultado foi um vinho branco de guarda, mineral, untuoso e com notas de salsa e endro.

Já o 2018 teve 50% do seu volume estagiando por 12 meses em ovos de cimento, fazendo dele um vinho ainda mais untuoso e com excelente volume em boca. Este AVID chegará ao mercado mais suculento, cremoso e complexo; com aromas de frutas cítricas; frutas brancas como maçã e pêssego; toques herbáceos de capim limão, goiaba e aspargo; além de nuances minerais.

Harmonize-os com Moqueca de Siri Mole, Escondidinho de Camarão, Nhoque ao Pesto com Lascas de Parmesão, Camarão na Moranga, Atum Selado com Crostas de Gergelim e Purê de Mandioquinha, e Risoto de Limão Siciliano. O AVID 2017 custa R$ 102 no site DaGirafa e também pode ser adquirido nas melhores adegas e lojas especializadas do país. O AVID 2018 chega ao Brasil em maio de 2021.