Hofbräuhaus BH seleciona franqueados no Brasil
Casa em BH é o ponto de partida para aumentar a presença da marca de cerveja alemã no Brasil
A Hofbräuhaus BH iniciou um processo de seleção e análise de propostas para abertura de franquias da casa ou entrada de fundos de investimento. A ideia inicial é abrir para interessados dentro do território brasileiro e depois ampliar para toda América Latina. Aprojeção inicial é de abertura de oito ou nove casas nos próximos nove anos, segundo os sócios Bruno Vinhas e Henrique Rocha. Hoje, existem filiais da Hofbräu em outros países (Estados Unidos, China, Austrália, Emirados Árabes, Rússia e Alemanha), mas a unidade brasileira, a única da América Latina, apresenta-se como a única master franqueadora.
Conforme os sócios, o processo está em desenvolvimento, e toda candidatura a franquia ou possível investidor passará pela análise e aprovação da matriz alemã, que verifica cada pormenor do negócio para que saia exatamente nos padrões da Hofbräu.
Bruno Vinhas destaca:
“Trazer a HB para o Brasil levou alguns anos de negociação para chegarmos ao modelo ideal e, ainda hoje, cada aspecto de funcionamento da casa e da fabricação das cervejas segue os critérios da matriz para que seja uma réplica quase exata da original. É assim em todo o mundo, com algumas pequenas diferenças de acordo com as peculiaridades locais.”
A casa de BH, apesar de sua importância estratégica, é a menor de todas, com capacidade para apenas 350 pessoas sentadas. A maioria dos projetos comporta mais de mil lugares.
A Hofbräuhaus BH se enquadra no modelo BrewPub, em que a fábrica é ligada ao restaurante e as cervejas servidas são “frescas”, saídas diretamente dos tanques. Segundo os sócios, cada detalhe, desde o projeto arquitetônico - desenvolvido pelo aclamado arquiteto Gustavo Penna - até a decoração, escolha dos móveis, lustres, equipamentos, mestre-cervejeiro, chef de cozinha, pratos e até as músicas passaram pelo crivo dos alemães para que os consumidores e clientes possam sentir sons, aromas e sabores como se estivessem realmente lá.
A casa na capital mineira adota um sistema de dosagem para servir as bebidas. É um sistema austríaco chamado Gruber, que porciona as bebidas e praticamente exclui desperdícios e erros ao servir cervejas, refrigerantes e também drinks.
Henrique Rocha esclarece:
“Todas as receitas de drinks que possuímos no cardápio foram inseridas no sistema e são servidas exatamente como são descritas. Oferecemos hoje uma variedade de 20 drinks, entre os clássicos e ultramodernos. No caso das cervejas, como a fábrica é ligada ao restaurante, há uma coluna ligada aos tanques e elas saem diretamente deles, no estilo e quantidade pedidas, incluindo o colarinho. Isso elimina os desperdícios, tão comuns em outros bares e restaurantes em que a perda é calculada entre 20 e 25% além do cliente ter a certeza absoluta que está realmente consumindo o que pagou.”
O novo cardápio é assinado pelo chef André Corrêa e se divide em pratos tradicionais alemães, com um selo da HB para mostrar que é preparado como na matriz. As receitas se mantêm as mesmas, mas a apresentação foi modernizada. Os pretzels, por exemplo, são importados diretamente de Munique para manter o padrão de qualidade exigido. Já os autorais incluem opções mais leves como carpaccios e também pratos com carne de boi, cordeiro e croquete de costela para agradar o paladar do público local. O novo cardápio também possui 15 opções de vinho, na verdade, espumantes, vinhos brancos e tintos, clericot e sangrias que harmonizam perfeitamente com os pratos.
Em Belo Horizonte, são produzidas três cervejas em larga escala: uma Munich Helles (Lager clara), uma Weissbier (trigo) e uma Dunkel (Lager escura). Além dessas, são fabricadas 12 sazonais (uma por mês) em menor litragem abertas em uma tradicional cerimônia chamada Keg Tepping, que pode ser traduzida como abertura do barril. Os ingredientes são 100% importados e a água passa por um processo de beneficiamento para que se iguale a água utilizada na fábrica de Munique. O objetivo é que a cerveja produzida no Brasil seja idêntica à produzida na Alemanha, apesar da distância.
Carlos Henrique Faria de Vasconcelos, mestre-cervejeiro da Hofbräuhaus BH, garante:
“Aqui na HB BH temos hoje a capacidade de produzir 30 mil litros por mês e seguimos rigorosamente os padrões de produção da HB de Munique, segundo a Reinheitsgebot, mais conhecida como Lei de Pureza Alemã. Todo lote de cerveja passa por cinco análises laboratoriais de aferição de padronização do produto, que são enviados à matriz e chancelados para que possamos servir àquela cerveja aos consumidores.”
A abertura da Hofbräuhaus no Brasil
A vinda da Hofbräu para Belo Horizonte começou a ser gestada em 2005, quando Bruno Vinhas fez uma viagem a Munique durante a Oktoberfest e conheceu a cervejaria. Anos depois ele começou a planejar a abertura de um negócio cervejeiro e se lembrou da marca e iniciou os contatos em 2008 com Rudolph (Rudi) Seider, o presidente de franquias no mundo da HB. Sendo de BH, o objetivo de Bruno era levar a marca para a capital mineira.
Em 2010, eles se reuniram na Alemanha. O projeto de Vinhas era abrir uma fábrica da cervejaria no Brasil, mas Rudi fez a contraproposta de um BrewPub, que significava ter a fábrica ligada a um restaurante. Era um conceito novo na época e a única unidade tinha sido inaugurada em Las Vegas (EUA). A negociação foi além, e o executivo propôs que a unidade brasileira fosse uma master franquia, já prevendo uma expansão da marca no Brasil.
O desafio foi aceito e, Vinhas e o sócio Henrique Rocha começaram o planejamento e a execução dos projetos. Com um investimento de R$ 10 milhões, a Hofbräuhaus BH abriu suas portas em 23 de novembro de 2015 e foi obrigada a fechar entre os meses de dezembro ao final de fevereiro de 2016, pois a procura foi tão grande que a capacidade produtiva de cerveja não aguentou a demanda. Durante esse período, novos equipamentos foram encomendamos, houve uma reestruturação na equipe e a casa pode reabrir com uma capacidade maior para atender a todo o público.
“E agora, em 2018, vamos dar este próximo e importante passo que é iniciar o processo de franquias, como foi combinado. A casa já se firmou, e é hora de expandir a marca pelo Brasil”, finaliza Vinhas.