Sucesso do delivery de cervejas durante a pandemia
Aumento de usuários de serviços de compra online trouxe oportunidade inclusive para pequenas marcas
As recomendações de distanciamento social impostas pela crise sanitária da Covid-19 atingiram em cheio o funcionamento de bares e restaurantes, que tiveram de adotar protocolos de segurança e manter as portas fechadas em várias fases da pandemia. Para os serviços de delivery, no entanto, o momento de crise foi uma oportunidade.
Além de pedir comida pelos sites de compra online, WhatsApp e aplicativos de entrega, as pessoas também passaram a encomendar mais bebidas alcoólicas. Mais de um ano depois, vários estabelecimentos já se adaptaram à situação, incluindo o delivery na sua lista de atividades essenciais.
No fim de 2020, a maioria das plataformas de entrega divulgou alta em suas vendas. Em alguns casos, o aumento ultrapassou a taxa de 300%. Além disso, muitas empresas investiram em vendas pelo celular, site e até mesmo na criação de aplicativos de entrega próprios, com promoções e vantagens para fidelizar clientes.
Esse processo não foi suficiente para que o setor de bebidas compensasse as perdas com o cancelamento de eventos e fechamento de estabelecimentos por tanto tempo. No entanto, o delivery e as compras online foram fundamentais para diminuir o prejuízo e até mesmo permitir a sobrevivência de pequenas lojas e marcas. Serviço já existia, mas muita gente só conheceu agora Os serviços de entregas de cervejas, destilados e até mesmo de drinks já estavam se popularizando antes da pandemia, mas muita gente ainda não tinha o hábito de utilizá-los. Afinal, muitas pessoas consomem bebidas alcoólicas apenas quando vão a bares ou festas.
No entanto, impedidos de ir a eventos e confraternizações, os brasileiros começaram a beber mais em casa e logo descobriram que podiam fazer isso com mais comodidade.
A grande sacada da tecnologia é que, uma vez que os usuários descobrem os serviços, se forem bem atendidos, há grandes chances de virarem clientes habituais. Por isso, especialmente por conta do aumento da concorrência, os serviços que prezam por qualidade e agilidade, saem na frente.
Especialmente nas grandes cidades, se popularizaram também as entregas de supermercado, já que mais gente passou a estar disposta a pagar uma taxa de entrega para não precisar se arriscar saindo de casa.
Algumas cidades chegaram a proibir a venda de bebidas alcoólicas nas fases mais restritivas da pandemia, mas a medida durou poucos dias ou se manteve somente aos finais de semana. Além disso, muitas pessoas, precavidas, simplesmente fizeram os pedidos antes da medida e estocaram as bebidas em casa. Plataformas funcionam também como marketplace As plataformas de vendas acabam funcionando também como espaço para as marcas e estabelecimentos divulgarem os seus produtos e promoções. Isso acabou beneficiando não só as grandes marcas e estabelecimentos, que investem muito em marketing, mas também as pequenas marcas, que também passaram a anunciar.
Grande parte dos produtores de cervejas artesanais ainda divulgava seus produtos majoritariamente em feiras e eventos do setor. Como quase todos eles foram adiados ou cancelados, esses comerciantes tiveram que inovar e encontrar outras formas de ganhar mercado. O comércio digital foi uma das saídas.
Algumas empresas, mesmo pequenas, bancaram até mesmo o lançamento de sites, canais nas redes sociais e aplicativos. O investimento se justifica principalmente pelos consumidores de classe A e B, que continuam dispostos a investir um pouco mais em marcas que prezam pela qualidade.
Aplicativos das redes de supermercados e plataformas das próprias distribuidoras de bebidas foram os que mais venderam as marcas de cervejas populares. As classes C, D e E, no entanto, foram as que mais perderam poder de compra durante essa crise e, portanto, passaram a ficar mais de olho nas promoções.