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Cachaça Sanhaçu lança projeto com outros alambiques nordestinos

Marca da família Barreto Silva é a única representante de Pernambuco na iniciativa

Ação exalta a expansão do segmento em 2021 (Foto: Divulgação)

Atualizada, 29/12/2021, 12:37

Cinco produtores de cachaça do Nordeste lançaram a terceira edição da Blend Nordestino de suas bebidas destiladas. A premiada cachaça orgânica Sanhaçu, de Chã Grande, no agreste de Pernambuco, é a única cachaçaria do estado a participar. Os produtores de Gogó da Ema (AL), Gregório (PB), Engenho Nobre (PB) e Matriarca (BA) também assinam o projeto.

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De acordo com Max Barreto, produtor da Sanhaçu, o Blend Nordestino é composto por cachaças armazenadas em Freijó, Jequitibá Rosa e Inox. Suavidade e o frescor são as características principais. A bebida foi armazenada com a Jequitibá-rosa, Freijó e Inox.

"O projeto nasceu em 2018, por iniciativa do insigne Murilo Coelho, da Cachaça Nobre, paraibano nascido em Minas Gerais e artesão, pela terceira vez a Sanhaçu está participando da iniciativa", conta Max.

O mais recente levantamento do Anuário da Cachaça, em julho, mostrou que o número de estabelecimentos produtores de cachaça e de aguardente registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), cresceu 4,14% no último ano. O número em 2020 foi de 1.131. Em 2019, de 1.086.

Responsável pela criação do rótulo há 13 anos, a família Barreto Silva conta com 38 premiações entre nacionais e internacionais. No segundo semestre a Sanhaçu recebeu ouro em concurso nacional. Somente em 2021, o grupo recebeu três medalhas; neste mesmo ano, a Sanhaçu, que é a primeira cachaça orgânica certificada em Pernambuco, se tornou também, a primeira cachaça do Brasil a receber o Selo de Envelhecimento Sustentável (SES).

Selo de Envelhecimento Sustentável

Em agosto, em reconhecimento ao trabalho sustentável desenvolvido pela família Barreto Silva, a cachaça pernambucana se tornou a primeira do Brasil a receber o Selo de Envelhecimento Sustentável (SES). O pré-lançamento, com a entrega simbólica do Selo de número 00000001 para a marca Sanhaçu, ocorreu no dia 6 de agosto, na sede do grupo, na Zona Rural de Chã Grande, no Agreste de Pernambuco.

Para comemorar duas décadas de atuação, a Cana Brasil fez um levantamento dos melhores projetos do setor, levando em consideração diversos critérios técnicos, que receberão um certificado como destaque nestas categorias, homenageando os 20 anos de fundação.

A Sanhaçu foi uma das primeiras a aderir ao programa de reposição florestal voluntária. De acordo com o patriarca da família, Moacir Barreto, o momento só confirmou a importância deste encontro histórico de duas grandes escolas da cachaça de alambique no Brasil: a pernambucana e a mineira.

O mestre Arnaldo Ribeiro, que veio ao estado pernambucano para entregar pessoalmente o primeiro certificado da Cana Brasil como projeto destaque, comentou:

“Dentre os 800 projetos já realizados pela Cana Brasil, consideramos que o Engenho Sanhaçu foi o que mais se destacou nacionalmente no critério do Compromisso Ambiental”

Oto Barreto, produtor e empresário da Sanhaçu sobre a conquista do primeiro selo de envelhecimento do Brasil, adiantou ainda que os selos estão em processo de produção e devem ser inseridos nos próximos lotes.

“Para envelhecer a cachaça, precisamos de barril, que é feito de madeira. Para termos essa matéria prima para futuras gerações, a gente refloresta”, destacou.

Ainda segundo ele, a conquista do selo é o reflexo do trabalho responsável com o meio ambiente que toda família tem:

“Nosso compromisso vai dos produtos orgânicos que fazemos, reaproveitamento da água da chuva e até mesmo com o uso da energia eólica.”

Além dele, que opera a marca Sanhaçu, com o pai Moacir Silva, a mãe Glorinha e os outros dois irmãos Elk e Max, participaram da cerimônia o engenheiro Florestal, Humberto Candeias, responsável técnico pela análise dos projetos de reposição florestal, além de Hiram Firmino, diretor-geral do Grupo Ecológico. José Bertotti, secretário de Meio Ambiente de Pernambuco, e o prefeito de Chã Grande, Diogo Alexandre também prestigiaram o momento.

Na rota que já faz parte do turismo rural de Pernambuco, o engenho Sanhaçu oferece passeios diários. No local, o visitante conhece como são feitos os produtos orgânicos do grupo como a cachaça, açúcar mascavo, rapadura e também mel de engenho. O interessante é que alguns produtos podem ser degustados na lojinha que dispõe de mais de 30 opções com preço de fábrica.

O Selo de Envelhecimento Sustentável (SES) é um instrumento de controle, identificação e informação ao consumidor, sobre as marcas de cachaça de alambique que adotam práticas de reposição florestal em função da utilização de dornas e barris, que sejam fabricados com madeira proveniente de espécies nativas ou exóticas, para o armazenamento envelhecimento dos produtos. Poderá ser afixado nas garrafas e embalagens de qualquer produto que, comprovadamente, forem objeto do cumprimento da reposição florestal voluntária pelos seus proprietários.

O SES – Selo de Envelhecimento Sustentável teve incorporado em sua criação, tecnologia gráfica de última geração, utilizando um conjunto de itens de segurança, além da técnica mundialmente denominada "Intaglio" é conhecida como Talho Doce, impressão em relevo de segurança, a Calcografia Cilíndrica, presente nos principais documentos como Selos Fiscais, CNH, Identidade, Passaporte, entre outros, que confere identidade ao documento, trazendo segurança, autenticidade e impedindo falsificações.

Benefícios ambientais

São inúmeros os benefícios ambientais oriundos da reposição florestal voluntária promovida pelo Selo de Envelhecimento Sustentável (SES), conforme destacam:

• A manutenção e conservação de áreas com cobertura florestal nativa não localizada em Área de Preservação Permanente (APPs) em quantidade superior ao limite mínimo da área de Reserva Legal;

• Plantio de espécies nativas de ocorrência no bioma específico de onde se localiza a área a ser implantada;

• Plantio de espécies nativas correspondentes às madeiras utilizadas;

• Recomposição de matas ciliares;

• Recuperação de áreas degradadas;

• Implantação de povoamentos florestais nativos para exploração econômica futura.