Microcervejarias reforçam a cozinha
Em resposta à demanda e à confiança no mercado, capacidade de produção é ampliada
É cada vez mais rotineira a cena de tanques metálicos gigantes chegando às unidades de produção das microcervejarias em diferentes pontos do Brasil. Ainda que o segmento represente em torno de apenas 1% da indústria na cerveja no país, esse reforço de equipamento, que multiplica a capacidade de produção das artesanais, sinaliza o alargamento dessa fatia do mercado.
Diferentemente dos Estados Unidos, onde as estatísticas sobre cada variação no negócio das cervejas de qualidade é registrada pela BrewersAssociation (BA), no Brasil ainda são escassos e imprecisos os números. Para documentar essa expansão, a Revista BeerArt designou a repórter Sarah Buogo, com a missão de consultar uma pequena mais significativa amostra entre as microcervejarias que vêm se destacando no país. A questão era comparar quantos litros a fábrica era capaz de fabricar há cerca de cinco anos e agora. Para essa amostragem, foram obtidas as informações de cinco microcervejarias (em ordem alfabética):
Bamberg (Votorantim-SP), Bierland (Blumenau-SC), Bodebrown (Curitiba-PR), Invicta (Ribeirão Preto-SP), Seasons (Porto Alegre-RS).
A seguir, confira os números de quanto era a capacidade de produção e quanto é agora e um depoimento de cada gestor:
Bamberg
Em 2005: 55mil litros/mês*
Em 2014: 70 millitros/mês
Alexandre Bazzo: "De 2005 para cá tivemos um aumento de cerca de 30% da produção etrocamos praticamente a fábrica inteira. Optamos por uma tecnologia mais alta de envase, brassagem e filtro. Aumentamos a quantidade e a qualidade. É um fenômeno mundial provocado pela mudança de hábito do consumidor que começou a ter mais acesso a cerveja artesanal."
*Número aproximado
Bierland
Em 2008: 20 mil litros/mês
Em 2014: 150 mil litros/mês
Rubens Deeke: "Nos primeiros cinco anos de operação (2003 a 2008), a Bierland produzia apenas chope e tinha uma capacidade produtiva de 20.000 litros/mês. Em 2009 entrou em operação a linha de engarrafamento, o que impulsionou o crescimento da produção. No ano de 2010, houve uma ampliação da adega, elevando a capacidade de produção para aproximadamente 90.000 litros/mês e em 2012 a fábrica recebeu mais três tanques, somando uma capacidade produtiva de 120.000 litros/mês. Em agosto de 2014, alcançamos a capacidade de 150.000 litros/mês. Os consumidores definitivamente estão descobrindo as cervejas especiais, o prazer de beber boas cervejas, e estão cada vez mais curiosos, valorizando a diversidade de estilos e a experiência gastronômica que as cervejas especiais podem proporcionar."
Bodebrown (Curitiba-PR)
Em 2009: 600 litros/mês (3 tanques de 200)
Em 2014: 36mil litros/mês
Samuel Cavalcanti:"Hoje temos quatro tanques de mil litros, 6 de 2 mil e 4 com capacidade de 5 mil litros. Creditamos esse crescimento à criatividade, à inovação disruptiva e à Revolução Cervejeira. A cerveja não tem fronteiras, colaborar, dar as mãos para produzir juntos cervejas colaborativas é um grande exemplo da evolução cervejeira."
Invicta (Ribeirão Preto-SP)
Em 2011: 6 mil litros/mês
Em 2014: 45 mil litros/mês
Rodrigo Silveira: “Anualmente precisamos passar por ampliações na quantidade de tanques para atender à demanda. Com a estrutura atual, pretendemos chegar aos 60mil litros em 2015 e, para o primeiro semestre de 2016, teremos um novo prédio para a fábrica. O atual já não comporta outra ampliação. A nova fábrica será no mesmo bairro, em Ribeirão Preto, e pretendemos chegar aos 100 mil litros/mês. Acredito que o crescimento é motivado pelo mercado favorável e por nossos produtos diferenciados. Começamos uma produção tímida e hoje temos uma excelente produção, parcerias e cervejas colaborativas.”
Seasons (Porto Alegre-RS)
Em 2010: 600 litros/mês
Em 2014: 20 mil litros/mês
Leonardo Sewald: "Quando começamos com a Seasons, em 2010, éramos a menor cervejaria registrada em atividade no país (dados do MAPA/RS). Hoje temos um crescimento de mais de 100% ao ano, sendo que neste último ano realizamos uma expansão que triplicou a nossa capacidade produtiva. Um dos fatores que justificaram este aumento foi o apoio e a aceitação dos nossos produtos por parte do público, que nos incentivou a crescer. É através da força que recebemos da nossa base de consumidores que estamos conseguindo evoluir."