Indústria da cerveja repudia novo aumento de impostos
Confira a nota divulgada pela Associação Brasileira da Indústria da Cerveja (CervBrasil)
Em nota divulgada nesta quarta-feira, 30, a Associação Brasileira da Indústria da Cerveja (CervBrasil) se posiciona sobre o novo aumento de impostos, que indignou todo o mercado cervejeiro. Não apenas as quatro maiores fabricantes da bebida no país – Ambev, Brasil Kirin, Grupo Petrópolis e Heinekn Brasil –, que respondem por cerca de 96% do mercado e compõem a CervBrasil, mas também os demais 4%, que aglutinam as cervejarias artesanais, em ascensão. Leia abaixo a nota da entidade:
São Paulo, 30/04/2014 - A CervBrasil foi surpreendida no dia 29 de abril com o anúncio de que haverá um novo aumento nos tributos incidentes sobre o segmento de bebidas frias, o segundo em menos de um mês.
A surpresa vem do fato de que, a despeito do discurso de aproximação com os setores produtivos por parte do governo, houve, em menos de um mês, dois aumentos de tributos sem nenhuma indicação de debate entre o governo e as empresas.
O IMPACTO
O setor representa 3% do PIB brasileiro e fez aportes de mais de R$ 22 bilhões no país nos últimos três anos, gerando 3 milhões de empregos, diretos, indiretos, induzidos, desde o agronegócio até o pequeno varejo.
Caso o novo reajuste seja mantido, a carga tributária das bebidas frias, que já estava entre as maiores do mundo, terá sofrido aumento superior a 30% desde abril de 2013, quatro vezes acima da inflação geral no período, e três vezes maior que a específica do setor.
A CervBrasil lembra que os aumentos consecutivos de tributos promovidos pelo atual governo federal comprometeram o crescimento do setor, que vem registrando estagnação nos últimos três anos.
A indústria cervejeira lembra que os investimentos industriais, em frotas, centros de distribuição, pesquisa e desenvolvimento, marketing, inovação, pontos de venda, eventos culturais e esportivos, serão necessariamente revistos, impactando a geração de empregos.
Importante destacar ainda que a pressão de custos no setor tem sido relevante especialmente nos dois últimos anos: preços de commodities, câmbio, inflação, energia elétrica e embalagens, além dos tributos federais e estaduais.
MOMENTO INOPORTUNO
A CervBrasil avalia que esse novo reajuste deve provocar aumento de preços para o consumidor final, além de gerar inflação, comprometer investimentos e causar impactos negativos no crescimento do setor e nos índices de emprego.
Importante notar ainda que, em 2014, os preços da cerveja têm sofrido reajustes inferiores à inflação geral, o que torna a medida especialmente inoportuna, já que acontece em um momento em que o setor ensaiava uma retomada, às vésperas da Copa do Mundo, impactando as duas principais paixões do brasileiro, futebol e cerveja, segundo pesquisa do Ibope.
INSTABILIDADE PARA INVESTIMENTOS
A CervBrasil lamenta que o aumento de tributos seja praticado sem o devido diálogo e principalmente o fato de que não sejam levados em consideração os investimentos e a política de geração de empregos e renda promovidos pelo setor de bebidas frias ao longo dos últimos anos.
Os reflexos para consumidores e toda a cadeia produtiva e de comercialização serão medidos de acordo com uma avaliação mais profunda a ser realizada.
RETOMADA DO DIÁLOGO
A CervBrasil reafirma que são fundamentais para decisões de investimentos, fatores como previsibilidade e a estabilidade institucionais. Desta forma, é importante a retomada de diálogo entre o setor e o governo, para que juntos possam reverter o impacto negativo que se apresenta.