Um 'pint' de história em São Paulo
Por Raphael Rodrigues
Especial para a BeerArt
Como falar de cerveja sem mencionar a escola inglesa ou entender seus estilos? Como presenciar um evento totalmente voltado às cervejas britânicas no sudeste do Brasil, sem ao menos conhecer seus elementos históricos e culturais? Na cerveja você pode encontrar muita cultura inserida, e foi dessa maneira que a Academia de Ideias Cervejeiras pensou na festa A Pint with the Queen, no Metropolitan, em São Paulo, no sábado, 8 de fevereiro.
Um dia de evento, 26 cervejas diferentes, mais de 1.200 pessoas para celebrar a cultura cervejeira do Reino Unido. Sim, estava muito quente, mas em qual cidade do Brasil não estava? Um bom motivo para degustar todas as cervejas presentes, escutei alguém comentando.
Mas, voltando para aulas de história, não aquelas do colégio que certamente nunca citaram a cultura cervejeira da Rainha e muito menos o Beer Hunter, Michael Jackson. Estou falando da história que aprendemos na literatura especializada, sobre os estilos característicos e sua relevância no mundo atual.
A cerveja era uma das bebidas mais comuns durante a Idade Média. Era consumida diariamente por todas as classes sociais nas regiões norte e leste da Europa, onde o cultivo da uva era difícil ou impossível. Como a pureza da água raramente podia ser garantida, bebidas alcoólicas eram uma escolha popular, pois eram fervidas durante o processo de fabricação. Na Inglaterra, o consumo per capita foi de 275/300 litros por ano até o final da Idade Média, e a cerveja era consumida em todas as refeições ‒ para se ter uma ideia, o consumo atual no Brasil é de aproximadamente 65 litros anuais.
E os estilos tipicamente ingleses? Podemos citar alguns como Pale Ale, English IPA, Bitter, Mild Ale, Wee Heavy, Brown Ale, Porter, Stout, Old Ale, Barley Wine e Irish Red Ale.
Voltando para São Paulo, no Pint with the Queen, as cervejarias presentes eram: Colorado, BodeBrown, De Bora Bier, Burgman, Way Beer, Urbana, Dama Bier, Dortmund, Sankt Gallen, Penedon, Lagom e Meantime.
Entre as cervejarias, algumas levaram novidades para o público, como a Colorado Ithaca em chope e a Colorado Indica com lúpulos ingleses, a Burgman apresentando sua Oatmeal Stout e a Dama Bier ESB que apareceu pela segunda vez em um festival.
A Pendedon (Rio de Janeiro) e a Lagom (Porto Alegre) eram novidades para todos os paulistas presentes. A cervejaria gaúcha trouxe para o festival uma Ordinary Bitter no cask (barris sem pressurização), sem falar na Smoked Porter, que agradou muito. A Penedon trouxe três estilos: English IPA, Red Ale e Oatmeal Stout.
A Meantime, a única cervejaria britânica da festa, trouxe quatro estilos: English IPA, Coffee Porter, Chocolate Porter e Cramberry Stout.
Também tivemos comidas e bandas ao vivo, inclusive uma homenagem dos escoceses aos ingleses que parou o evento.
Novamente a Academia de Ideias Cervejeiras fez um ótimo trabalho, assim como as duas edições passadas do IPA Day na cidade de Ribeirão Preto (SP). A terceira edição da festa do lúpulo acontece em agosto, e uma nova festa para novembro já está sendo elaborada, provavelmente em Curitiba (PR) ou Rio de Janeiro.
Já a festa da Rainha teve sua segunda edição confirmada por Rafael Moschetta, organizador do evento. Nos encontramos novamente em 2015 Rainha, Cheers!
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